terça-feira, 8 de abril de 2014

MITO



         Não é meu hábito revelar a fonte que originou a inspiração, mas distante de meu país e diante da montanha coberta por densa floresta a se mover como se algo, além do sopro do vento, lhe emprestasse um estranho movimento de convulsão refletido no imenso lago azul onde imperava o silêncio, não resisti:             

                                 MITO
Tenho a certeza que ele habita esta floresta encantada

Sinto seus passos fortes pela mata agitada

Nunca ninguém viu o momento em que ele saiu

Se saiu, o gigante eremita?

De fato, ninguém acredita!

Nem que aquele é o seu lar

Ninguém ousa afirmar

Mas quando a floresta balança...

Quando sussurra o vento...

Quando os pássaros revoam...

Eu paro e atenta aguardo a saída do velho bardo

Caminhando sonolento...
                                                 Zelia da Costa/Viena/2000.

Nenhum comentário:

Postar um comentário