segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MATIZES






                      Matizes

Você sabia que as palavras têm cores?
Cores fortes... tons pastel
Rubras, anil, violetas
Às vezes pretas, às vezes, cor de mel?
Quando se fala, as cores fazem imagens:
Criam painéis ... alegorias
São grafites das alegrias
São telas das agonias
Pintam monstros e fantasias
ou fazem quadros discretos
Quando as pessoas falam, as cores se embaralham:
vão do abstrato ao concreto.
Que cores você escolhe na arte do bem dizer?
São frases de luz ou sombra por este mundo a viver!
Que espécie é de artista? Como usa os seus pincéis?
Em que cores acredita:
Arte doce? Arte fel?
As palavras voam soltas. As frases vagam ao léu.
Se as cores escolhidas trazem à vida, emoção?
Você será convidado a mostrar seus belos quadros
na humana exposição! 
                           Zelia/RO/2005

SANGUE OU SEIVA



                           


               SANGUE OU SEIVA

Quebrei o copo de vidro!

Um caco me cortou a mão

Foi um corte pequenino, 

mas sangrou o tecido em profusão

A seiva da minha vida qual planta ferida 
vazou como um alerta:

- As Árvores que hoje sangram vão se esvair

no abandono de cada ferida aberta!

E se não lhes for vedada a alma?

Quem nos garante que o Eterno

 que a tantos amedronta

(na balança do pós vida)

Não seja a justa medida e do Inferno a conta

Se por estranha ironia, ao invés de nossa imagem...

DEUS tiver: 
 Raiz, Caule e Ramagem!
                       Zelia da Costa(Pelo Dia da Árvore)

sábado, 28 de setembro de 2013

PAI NOSSO






              PAI NOSSO

Pai Nosso! Onde estais?
Será que nos enxergais Senhor?
Santificado seja para nós, todos nós!
Se lhe imploramos o Vosso Reino
Onde nos leva a nossa vontade?
Em seu nome matam-se os homens
Deixastes a Terra?
Fugistes dos Céus?
Onde o pão nosso de cada dia?
Há quem não o comeu
A ganância espalha a fome
O poder corrompe insone
Se não perdoais as nossas dúvidas
Como saber das Suas graças?
Se conheceis as nossas mágoas
Qual dádiva Vós nos reservais aqui nesta Terra, Senhor?
Maior que a tentação...
 É nosso infame empenho na destruição
Se já Vos assoma o cansaço
Amparai nossos trôpegos passos
Ou livrai-Vos de nós
Amém
Zelia da Costa

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

DUELO





                  
            DUELO

E quando os olhos se fixaram...
Não havia perdão!
A dor estampada expunha a cruel ferida
 que o tempo de uma vida, cicatrizar não podia
E os outros olhos fitados, também perdão não pediam
Eram vagos, sinistros, opacos...
 Signos da vida vazia
Assim, nesta cena estranha: sem palco e sem plateia
Dois ódios digladiavam, sem texto, na mesma tragédia
Se para um, tudo perdido
Outro, nada tinha a perder
Eram os dois - vultos vencidos
Duas sombras a morrer.
                                   Zelia da Costa