sexta-feira, 17 de novembro de 2017


UM SOCIALISTA NO ARMÁRIO
Pretendia contar o número de empresas, institutos e fundações estatais existentes no Brasil, considerando União, Estados e municípios. Comecei com determinação, mas desisti. Levei um susto! Quem quiser sentir a pujança do estatismo nacional vá à página da Wikipedia que tem a lista. Estamos falando de muitas centenas, senão de milhares desses entes. O Brasil é um país socialista, que muitos, sacudindo bandeiras vermelhas, se esforçam para tirar do armário. Armário cheio de esqueletos.
A União tem 148 empresas estatais! Trinta por cento, segundo editorial de O Globo do dia 19 de agosto de 2016, criadas durante os governos petistas. Anos de gritaria contra privatizações e discursos de que "Estão vendendo tudo!" me levaram, ingenuamente, a crer que de fato estivessem. Mas era berreiro na sala, para distrair, enquanto a cozinha produzia novas iguarias para o cardápio político. A mesma matéria de O Globo conta que entre o fatídico ano de 2003 e 2015, esses filhotes do amor petista pelo Estado pagaram R$ 5,5 bi em salários e totalizaram um prejuízo de R$ 8 bi. A mais engenhosa das novas estatais foi concebida no PAC 2. É a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que absorveria a tecnologia do trem-bala e executaria o projeto da ligação de alta velocidade entre Rio e São Paulo. A empresa, descarrilada desde sua criação em 2008, é totalmente dependente do Tesouro.
O formidável e assustador conjunto das "nossas" estatais é parte ponderável dos problemas do Brasil. No entanto, o Instituto Paraná Pesquisas revelou, há três meses, que 61% dos brasileiros são contra privatizações feitas pelo setor privado. Pelo jeito, preferem as "privatizações" caseiras, as notórias apropriações, por partidos, sindicatos e líderes políticos, de tudo que for estatal. Se é para ser abusado que seja pelos de sempre. Trata-se de um vício do nosso presidencialismo. Quem governa comanda a administração e chefia o Estado, estendendo as mãos sobre o que puder alcançar em suas instituições.
É nos estofados desses grandes gabinetes, que a "privatização" do Estado proporciona os melhores orgasmos do poder. Em outras palavras: a experiência política e administrativa nos evidencia que empresas estatais realmente devotadas ao interesse público são fenômeno incomum. Como regra, resultam submetidas às conveniências privadas que descrevi acima. São nichos de usufruto e poder que pouco têm a ver com o bem nacional. Dentro desses domínios nascem as maiores reações a qualquer transferência que conduza ao desabrigo do Tesouro e às aflições do livre mercado. A ninguém entusiasma a ideia de remover o acento da poltrona e alinhá-lo à reta da competitividade.
A doutrinação socialista cumpre seu papel, ensinando que estatal é sinônimo de público, de social, e imune a interesses privados. Empresas estatais seriam como santuários de desprendimento e abnegação. Sim, claro. O Mensalão não existiu e a Lava Jato, você sabe, foi criada para impedir a alma mais honesta do Brasil de retornar à presidência.
E quando um partido sai, vem o outro para fazer a mesma coisa? - perguntará um leitor estrangeiro. Nem sempre, prezado visitante. Se o serviço for bem feito, a privatização partidária de um ente estatal pode ser anterior e se perpetuar além do governo desse partido. Quem duvida olhe para o Ministério de Educação e para as universidades públicas. Ali se educa a nação para amaldiçoar a iniciativa privada, amar o Estado, abrir o armário, e fornecer, nos ambicionados concursos públicos, respostas de acordo com o que pensa a banca.

Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
PUBLICIDADE

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

              
                          AGORA E NA HORA... AMEM

          Como tenho recordado as histórias de meu velho Pai, aliás, eu nem posso me referir a ele  usando esta expressão porque de “velho” ele nunca poderia ser chamado. Morreu  cedo.                       
          Engraçado que uso o verbo morrer sem sentir nenhuma dor.              
          A Morte é para mim uma sequência da Vida. 
          A Morte é real para quem deixa de existir e este não é o caso de meu Pai, minha Mãe, meu Avô Honório e amigos inesquecíveis. Eles estão presentes por seus pensamentos transmitidos em palavras e ações. 
          Quero também esclarecer que uso letras maiúsculas nos nomes que respeito, como País, quando me refiro ao Brasil.
    Isso já não ocorre, quando cito nomes de deputados, senadores ou juízes que, não raras vezes, o próprio computador faz negar a importância do registro da existência.
    Bem, voltando ao motivo deste texto -  as histórias de meu Pai!  
    Lá vai mais uma que ele me contou para explicar a inexorabilidade do momento final.
   Esta teve seu início na França:
   O Palácio de Versailles estava em festa. Um grandioso baile promovido por um de seus “ Louises”. De repente, entre fogos, flores, suntuosos  salões espelhados, roupas “chics”, champagnes e vinhos raros, um convidado se depara com a macabra figura da Morte, vestida de negro, empunhando sua foice e o encarando de forma a fazê-lo se arrepiar de espanto!
      Rápido, o convidado surpreendido convocou seus servos e partiu em fuga desesperada. Buscou o infeliz, apavorado, um destino o mais longínquo, o mais distante possível e escolheu o Deserto do Saara. 
      Venceu a distância num tempo raro para a época, pois teve que organizar, num momento exíguo e extraordinariamente avesso, uma enorme caravana, farta de recursos que lhe permitiriam  sobreviver num ambiente verdadeiramente inóspito.
        Enfim, conseguiu chegar! Cansado mais feliz, saiu da tenda em pleno deserto. Livre! Olhava para o horizonte árido, respirando fundo, admirando a vastidão, a profusão de areia, encantado com a solidão... 
       À noite o silêncio prateado pelo enorme luar foi interrompido! 
       Súbito, ei-la, a Morte com sua negra e horrenda túnica pairando a sua frente!Uma visão macabra!
       Aterrorizado, mas curioso ele a interpelou:
- Ontem, eu estava em Paris, num baile de gala, numa festa de indescritíveis luxo e prazer! E você apareceu assustada a me assombrar! O que você quer?
Repondeu-lhe a Morte:
- Eu não entendi... Estava realmente em pânico! Como você tendo que morrer aqui, hoje, a esta hora ...
  Ainda estava lá? Naquele lugar distante?
   Desta maneira, a sua maneira, meu Pai me ensinara que todos tem um destino comum, natural e irreversível!
Meu Pai só esqueceu que seu exemplo de dignidade e amor ‘a família e ao próximo o manteve vivo.
Conheço e conheci  outras pessoas. São meus amigos, eternos amigos. Meu Pai me ensinou a reconhecê-los. Muitos se foram, mas volta e meia me pego rindo ou lembrando dos momentos que vivemos, até hoje. Assim, garanto que eles vivem por aqui ao meu redor. Inesquecíveis pessoas! Carinhosamente convivemos!
Zelia da Costa/NM/02/11/2017/23:44.

    

domingo, 29 de outubro de 2017

                     
            SOB O LUAR

Nesta rua deserta ecoam meus passos
Sob a luz do luar, na penumbra da vida
Lentamente caminho sem querer chegar...
Ah! A beleza é de infinitesimal medida
 Assim, cabe em todo lugar!

Nesta rua deserta de sons, não de cores
São múltiplos os odores do dia que foi:
        - cheiro de bebidas vendidas em bares
        - de frituras, de lanches...
Imundos papéis que um vento, sem pressa,
 arrasta moleque zombando da arte, criando painéis!

Tem restos: lixos ambulantes, de ambulantes vidas;
Tem vitrines sem luxo
Pipocas no chão...
Pedaços de calçada lavados pelo homem que vende sabão!

Tudo boia no prateado que a Lua derrama sem pejo ou temor
De repente, uma sombra no vidro polido...
Tentei alcançá-la!
Na rua vadia andei mais além...

A imagem desgarrada esvaeceu
Não vi ninguém!
Zelia da Costa/RO

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

         
                 A HISTÓRIA SE REPETE

  Qual uma sombra se esgueira...
 Ofegante se comprime às paredes das vielas
             Olhos vidrados - insano!
   A esdrúxula figura desumana, irracional
  Movida pelo pavor se arrasta, se agacha, espicha
                 Salta corre titubeia...
               Perdeu-se do ideal!
         Não sabe nem quem o guia...
          Teme a morte a cada dia
                Tudo o ameaça!
  Armado, ele estilhaça um homem sem esperança!
             Aqui, explode a criança...
                                             Lá...
                Destrói a mulher!
     Não há mais “sangue nas veias”
      A dor não mais o comove
      Ele quer sobreviver!
                     E se isso acontecer...
      Títulos, honras e glórias perpetuarão sua história
            de medo angústia agonia!
     É certo, será herói...
        De sua própria covardia!
        E ao Poder elevará...
        Uma Outra Tirania!

Zelia da Costa/RO

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

              
              O ILUMINADO

Crestado pelo sol inclemente, caminha na busca do arco-íris!
Se tudo lhe fora negado – futuro, presente, passado...
Vaga o solitário bardo seu trilhar sombrio!
Pensamentos? Quem sabe?
Passos largos e lentos...
De onde? Ninguém sabe!
Mas, há nos seus olhos singulares
                     as sete cores do arco-íris!

Zelia da Costa/NM/MT/25/08/2010/07h35min

domingo, 22 de outubro de 2017



ERSCHEINUNG

Vi Mozart!
Ouvi sua gargalhada ingênua e debochada
Ouvi seu som irreverente, ora triste, ora contente
Tenho ouvido seu piano encantado
a espargir sua mágoa:
dias, noites, madrugadas
Silêncio...
Parada na calçada...
Novo som, outra pancada
Estática, petrificada vejo o portão entreabrir
E dele, Mozart sair!
Leve, passa e não me vê
Já fez isso outras vezes
Na AM HOF, 13

                           Zelia da Costa/Viena
          
          ALFORRIA

Cancelei a covardia!
Transferi toda maldade

       -  Sine Die  -

Para outra alma vadia!
Deixei minha vida vazia
Liberta da engrenagem
Rompi antigas lembranças
Pra alegria dei passagem
Guardei memórias singelas

           - Aquelas -

Que me enchem de coragem
Dispus-me a flutuar
E naveguei sem fronteiras
Sem leme
Sem tempestade
Sem vento
Sem nevoeiro
Sob um céu de brigadeiro
Em busca da Liberdade!

Zelia da Costa/SP
            
                    A SOMBRA

Solidão mórbida o persegue

E sua sombra desliza reptícia na calçada

Escorre sinuosa pelos desenhos das pedras

Soturna, detém os exageros que a luz propõe

Por serem fluidas, suas formas vazam

Sombra e solidão se fundem no vago

Cambaleante, amargo, o homem segue exausto

Sob este fardo, vergam-se seus ombros

Ah! A solidão é pesada!


Zelia da Costa/NM/MT/28/01/2013/12h47min

sábado, 21 de outubro de 2017


                                      BATE PAPO!

            Novamente, de forma quase subliminar, ele volta a provocar minha paciência. Olha que eu estava dormindo ou quase, porém ele prefere esta abordagem madrugada “ a dentro “ como se usava dizer. Fez surgir, como sempre, uma palavra e a ela acoplada uma indagação:
- INSIGNIFICANTE!
       Respondi, quase sem pensar. Queria dormir. A noite já corria célere e o cansaço pedia paz!
        No entanto, meu Cérebro, não parecia se intimidar e insistia:
- Insignificante! Cuidado quando você usar certas palavras que guardam secretas inflexões que podem se perder, no uso sem moderação!
 - Insignificante não guarda mistério algum, respondi-lhe impaciente!
- Ah! É?
- Insignificante é algo sem importância ou alguém desprezível!
 - Tudo bem! É isso mesmo!
 -  E daí? Que motivo você inventou para perturbar meu sono?
- E INSIGNE?
Escuta,  a essa hora da noite você resolveu perturbar meu sono?
- Longe de mim! O que insigne significa? Responde, só isso!
- Tudo bem! Depois me deixa em paz! Certo? Insigne é algo notável! De valor incomensurável!
- Então, como explicar que algo ou alguém insigne possa se agregar à ficante e sofrer tamanho desgaste?
- Onde você quer chegar? Não use seus parcos conhecimentos etimológicos para conduzir suas intenções!
    -  Ocorre, que as palavras funcionam como a vida. Veja que algo, ou melhor alguém pode no decorrer do tempo abandonar insigne posição e ganhar a irrelevância do existir! O desgaste de um caráter pode ser conduzido por suas ações da insigne posição de valor, ao abismo da insignificância. Agora você entende a razão desta minha intervenção noturna? Por mais incrível que pareça aconselho você a observar pensamentos, palavras e obras pela ótica do discurso, pelo crivo  da etimologia. Quantas insignes personalidades serão tornadas insignificantes no decorrer da História?
   Agora durma, se puder!

Zelia da Costa/21/10 /2017/NM/18:17 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

              
                        A INVEJA MATA

 De todos os malignos sentimentos humanos, o mais insano é a inveja! Em verdade, eu o considero a semente nociva, origem pútrida de todas as maldades.
     A inveja é razão da ambição e ela se traveste nos modelos de insuperável requinte. À medida que evolui, incorpora meneios e modelos de atuação venenosa, com a sagacidade dos perversos. O roubo, o assassinato, a calúnia, a farsa, todos esses itens que compõe o perfil do invejoso brotam e evoluem com o maniqueísmo requintado da personagem satânica.
    Não, não me refiro a imagens figurativas!
   A inveja é humana e nociva e quem lhe dá guarida pertence ao gênero que mais se distância do amor da Natureza! Não conheço no Reino Animal nada mais repelente! Existem animais ferozes, peçonhentos, ardilosos, porém usam desses “artifícios” para caçar, para sobreviver e manter a prole. Não é o caso.          Sabe por que estou tão furiosa?
Porque já fui vítima desse tipo de gente e sei que não sou a única. O mais cruel é que esses monstros não são visíveis a “olho nu “! E, no entanto, eles estão ao seu lado, convivendo dia a dia, por anos e anos e você não se dá conta do perigo!
Inacreditável!
Este homem, pobre homem, que acaba de cometer este crime hediondo contra as crianças da pré-escola, este infeliz devia morrer de inveja delas. A maneira cruel que ele perpetrou o crime foi a forma que encontrou de se vingar por nunca ter tido  o que ele via ser exibido na forma de carinho, cuidados e atenção. Ele devia “ morrer de inveja”! Assim, matar seria pouco. Era importante ver sofrer. Louco? Não! Tenho certeza que não era louco porque escolheu o mesmo fim. Aí, ele se sentiu “igual”!
 Horrível! Medonho! Pavoroso!
Creia, a inveja é o inimigo que corrompe, aniquila e se considera vingado quando exerce de forma brutal ou não, “um direito” que as submete a mais sórdida condição humana!
Zelia da Costa/NM/MT/05/10/2017/20:53

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

                  TRISTE  CANÇÃO

Ninguém atendeu ao teu chamado
No entanto, estava clara, gritada a dor
Na tua mensagem, contida  
 
E, por mais que fizesses vibrarem as ondas sonoras
Havia no bloqueio de agora...
A mesma imutabilidade antiga!

As pacíficas vozes canoras
Atravessaram as hordas, inglórias:
- Avisos, chamados, gritos!

Mas, a surdez de homens perversos
Não ouve do Universo, os versos da despedida!

Alheios à dor que irmana, 
Como sementes profanas
Amaldiçoarão vossas vidas
Com gestos de desmedida insana!

- Não haverá mais PAZ!

Por abandono vil 
Da grandeza humana!


Zelia da Costa NM/MT/10:09                   

sábado, 27 de maio de 2017

       
             REALIDADE. ELA EXISTE?

     O que é o Real?
     A realidade não é uma cena isolada.
     A realidade transcende o tempo.
     A realidade não se reduz ‘a imagem virtual.
     A realidade é a projeção individual da experiência.
     Ela se nutre das certezas contidas em cada indivíduo.
     Das dúvidas instaladas, das imagens registradas,
     Da sensibilidade exacerbada nas sensações vividas.
     Da sonoridade gravada,
     Da coreografia dos movimentos inscritos na memória,
     Da ideia arquitetada e impressa de forma inesquecível,
     Do volume espacial da imagem adquirida,
     Ela vive na memória olfativa, registro perene de sensação.
     A Realidade tem gosto, sabor...
     A Realidade é escrava do momento.
     A Realidade se dilata ou se comprime na velocidade da emoção e na profundidade do senso crítico.
     Não há Unidade na tradução do real,
     Cada indivíduo o interpreta nos limites do seu alcance intelectual e intervenção emocional.
     Assim, a Realidade é fiel ao domínio pessoal.
     A Realidade é única. Indivisível. Intransferível.
     Isso explica as opiniões diversas a respeito de mesmos fatos descritos. Fatos, esses, vítimas de discrepantes interpretações.          
     Se o real não pode ser compartilhado na mesma dimensão e intensidade...
     É porque vive no universo secreto do Mistério.
     Se, para cada um de nós, o momento presente tem conexão pessoal e única com a Realidade...
     Então,Ela só existe, na medida individual da razão e tem a voracidade da incerteza.
     Esta possibilidade propõe a inexistência da concretude e insere a Realidade no Universo da Imaginação.
     Concluo, enfim, que há o Mistério do Nada...
     No Tudo que é Real!


               Zelia da Costa/NM/MT/2705/2017/00:18         

sexta-feira, 26 de maio de 2017

                   
            TERRORISMO À BRASILEIRA

    Ainda não coube no espaço emocional?
    Ou ainda não foi, devidamente, inserido no consciente de cada um?
    Parece que a avalanche de notícias torna impossível ao cidadão brasileiro compreender a dimensão do terror a que foi exposto e integrado.
             Assistimos à distância, noutras terras, ataques terroristas que  tornam populações, reféns da tragédia, vítimas inocentes da insanidade humana.
            Por que razão, insiro esta realidade brutal no cotidiano nosso?
             Considero um crime de guerra, o atual cenário exposto neste País. Explico. Cidadãos brasileiros foram atingidos por ataques terroristas que minaram seus recursos, tornando cada um refém de um projeto de poder alheio aos anseios nacionais.
            Quem duvida, olhe a volta. Veja a Saúde destroçada pelo descaso. Observe a decadência da Educação. A dissolução da Ciência. A subserviência da Arte! As tramas da Corrupção desagregam os recursos e o registro da sua existência se exibe nas vítimas das estradas mal planejadas e construídas com materiais de inferior qualidade. Obras superfaturadas são abandonadas ou desafiam nossa inteligência. Aterrorizados pela audácia dos corruptos e pela certeza da impunidade a população cala, enquanto o “crime organizado” é entronizado na pseudodemocracia sob uma nova forma de governo.
          Terror? Terror! Então, não é terror fazer um País desta dimensão e importância se tornar refém do lixo humano instalado nos poderes desta república?
        O tesouro brasileiro é dilapidado a serviço de uma “casta humana inferior” de empresários que se associa ao xurume da política nacional, em prol dos fétidos interesses mútuos de enriquecimento e perpétuo poder.
        Nossas florestas, nossas riquezas naturais sangram abatidas pela ambição desmedida. Nossa ’hidrovida” está morrendo assoreada pelo desrespeito à lei de proteção aos rios e mananciais. Nosso petróleo se esvai por tubulações que o desvia para alimentar o contrabando.
       Nossas empresas nacionais tem seu patrimônio dilapidado para atender à demanda da corrupção, sob o beneplácito de quem deveria zelar pela lisura das atribuições de comando. Esta é uma das mais aviltantes formas do Terror – a Conivência com o Crime!
    O governo fecha negócios escusos na compra de plataformas de petróleo, de submarinos tecnologicamente superados, etc.
   Você não considera isto um Ato de Terror sequencial?
   Vivemos a insegurança dos arrombamentos de bancos. Enfrentamos o desafio de assaltos a pessoas e a cargas transportadas nas estradas e ainda estamos à mercê das “balas perdidas” que encontram inocentes para se alojar.
   Leis benevolentes abrigam criminosos sob o manto da impunidade.
   Respeito, honestidade, delicadeza, dignidade, honra, nobreza de caráter são expressões humanas sem sentido, fora de época. Caíram em desuso.
  Enquanto propina, esquema, leniência, impeachment, delação, baderna, violência, “laranja”, inquérito, processo, crise, vandalismo, corrupto, corrupção, prisão coercitiva ganharam nova dimensão e popularidade no cotidiano.
 Investimentos inúteis em países estrangeiros na busca da notoriedade pessoal ou vantagens inconfessáveis em detrimento de nossas indústrias e em prejuízo de nossos interesses, empobreceram os cofres do Tesouro Nacional.
  Estamos em convulsão e a nossa é mais agressiva porque, sub-reptícia, desliza entre os poderes, submete as vontades, excita os incapazes, premia incompetentes, exorta os vorazes. Uma nojenta forma intestina de reger instituições clandestinas financeiras Um “terror à brasileira”, um tempo sem pudor. Debochado. Um destino ignorado. Um futuro imprevisível
     Atentem, porém!
    “Nossos terroristas” são também assassinos. Matam nossas esperanças! Eles tem nomes, números e UM TEMPO...
     -  Se forem ignorados pela nossa escolha nas eleições. –
        Esta é a solução!
       Ou seremos cúmplices dos canalhas, ratificando atos e ações dos que zombam das evidências e praticam o Terror sem culpa nem punição.
        Será o MISTÉRIO DO NADA, NO TUDO QUE É REAL!
Zelia da Costa/NM/MT/25/05/2017/22:40                                                                    

   

quarta-feira, 24 de maio de 2017

                          A GOTA
                         Devagar
                Bem lentamente
             Ela escorre no papel
         Imprime um desenho vago
       Como quem comete um crime
Ou será que a deprime não ser fruto de um pincel?

E a gota se expande em todas as direções...
          Já não se faz em borrões;
          linhas finas se perpassam,
               se definem
                  se esfumaçam...
A figura se forma, se deforma, se diverte,
        E o branco, outrora sem graça 
               e sem vida no papel,
             mesmo sem um pincel
              acredita que é arte.
                Zelia da Costa/RO


segunda-feira, 22 de maio de 2017

                  O PARAÍSO DA VAIDADE

     Contam no Brasil, que quando Deus fez o Universo criou um espaço terrestre sem nenhuma calamidade natural. Neste local privilegiado não havia vulcões, nem tremores de terra, nem vendavais, nem maremotos... Enfim, uma Natureza exuberante! Nela fez crescer florestas e deu vida a rios caudalosos e perenes. 
     Os Anjos, surpresos com tanta magnanimidade, num surto de audácia resolveram interpelá-lo;
        - Perdão, Senhor pela audácia, porém a curiosidade nos faz atrevidos! Em outros lugares da Terra, o Senhor fez surgir tufões, enchentes devastadoras, terremotos, maremotos, vulcões apavorantes e, no entanto, de repente faz reviver um verdadeiro Paraíso! Não é injusto, tanta magnanimidade?
         E Deus com um sorriso maroto respondeu-lhes:
     - Acabo de criar o Brasil! Uma obra prima, mas espera pra ver o povo que o irá habitar!
        E então... Os Anjos se calaram a espera da surpresa divina!
        Assim, fica mais clara a compreensão do texto abaixo:

      Filósofos, sociólogos, teólogos, doutores nas diversas áreas do comportamento humano já discorreram “tratados” sobre o assunto, portanto, não me cabe nenhuma responsabilidade no acerto das convicções que me conduzem. Assim, me sinto à vontade para traduzir minhas sensações naturais.
        As pessoas sempre aguçaram a minha curiosidade. O fato de me sentir segura e singularmente integrada aos animais é responsável pela aversão que sinto diante de certas condutas humanas, por mim consideradas exóticas.
      Quero esclarecer que não vivo na floresta entre os animais. Vivo na selva humana!
    Aos animais cabe a luta pela existência. Matam, recolhem alimentos para sobreviver. Não há entre eles o sentimento de vingança. Todos os seus atos por mais que nos possam parecer cruéis respondem à sobrevivência das espécies.
  E o ser humano? O que define a razão de sua existência?
 Em que nível de importância ele a coloca, já que é dotado de “inteligência superior”?
 Que característica humana mais exacerba a minha curiosidade?
   - A vaidade!
    E, é sobre ela que quero falar!
    O Brasil é uma dádiva de Deus!
    Meu Pai costumava dizer que o Criador estava num tempo de profunda inspiração quando criou esse espaço.
   Ocorre que Ele o fez e foi se ocupar de outras coisas, certo que nada poderia se inverter por aqui.
    O povo brasileiro é a prova de que Deus erra!
   Injustiça! Será? Onde a cometi? Nem quero ir historicamente longe.
  Vamos observar o tempo presente. Não todas as circunstâncias. Apenas o trágico momento político que vivemos. Ele é a resultante da escolha singular do voto.
     Estamos vivendo a tragédia resultante desta seleção.
    Você deve pensar que me perdi da intenção inicial – a vaidade!
    Não!Não! Torno a ela já!
    Estamos estarrecidos com as notícias sobre corrupção, mas as manchetes são apenas a revelação da realidade.
     E quem são os corruptos? O que move esses seres?
    A ganância? Não! A vaidade!
    Eles cometem os mais repulsivos atos para exibir joias, mansões, viagens extraordinárias em seus “próprios” veículos, hospedagens nababescas, etc. Cada um e todos eles precisam do Poder para se livrarem da responsabilidade criminal de seus atos.
   Assim, “nesta selva” habitam os mais extraordinários seres humanos:  - “o que há de superior em ordinário”! –
  Esses espécimes se multiplicam graças ao sucesso obtido na manipulação da Lei!
 E o Povo?
Ah! O Povo!
É aquele, de que Deus se arrepende!
Zelia da Costa/NM/MT/22/05/2017/18:00


terça-feira, 9 de maio de 2017


                            TEMPO PERDIDO

Acordou o Tempo...
Cansado e ainda sonolento, ele despertou
E esse Tempo adormecido
Parecia ter se perdido
Num universo de emoções

Ria, meio abobalhado
Um riso aparvalhado, perdido a transcorrer
E quem o acordou, lamenta
Este Tempo que nem tenta...
Outro espaço percorrer.
Zelia da Costa


domingo, 7 de maio de 2017

   
               A PALAVRA É
     
       Paciência! Não há palavra que usufrua do mesmo poder.
      Ao contrário do que se pensa a Paciência é ativa.
      A Paciência não é submissa como o Poder.
      O Poder para existir exige condições.
      A Paciência cabe em qualquer espaço, mas não é humilde, nem ostensiva.
      Seu poder é o domínio do tempo.
       A Paciência se insere nos meandros das soluções.
       Lentamente, sem intimidações e ofensas, ela se faz real.
       O Amor tem limites, fronteiras de dor, exaltação ou desequilíbrio, êxtase, fantasia, crueldade, santidade, generosidade, solidariedade... O Amor se distribui, multiplica, divide e até subtrai. O Amor se glorifica, se expande, se apodera ou escraviza
        A Paciência se instala com a serenidade divina.
        Pacientemente assiste o amor se tornar ódio, inveja, despeito, ambição, fracasso.
        Enquanto os sentimentos se deterioram ou se aperfeiçoam, a Paciência insiste na sua santificada determinação de que um dia busquemos seu destino de Paz.
       A heróica Paciência é a digital da Vitória!
         
         É a hora e a vez.
         A Palavra é PACIÊNCIA!



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017



           HÁ DE HAVER

Que houve?
Não houve. Havia...

Quando o havia se registra
Ele traz, num tempo seu, Imperfeito
O Presente contundente, do existir

Se há... 
É porque havia.

E, portanto, haverá

Num Presente recusado
O Imperfeito, negado
Sinaliza Futuro sombrio...

Se houve, havia, há!
Haverá!

É a certeza de Haver
O que se queria negar!
Zelia da Costa/NM/MT/17/01/2017/21:45





domingo, 15 de janeiro de 2017

Feliz Ano Novo


       Não sou Einstein, o gênio. Nem Gandhi, o sábio, mas aprendi nesta vida que a solidão é guerreira e luta para impor aos homens o conhecimento. Só quando você se vê extremamente só, você reconhece no verdadeiro amigo a importância da solidariedade. Fiz de meus amigos, família. Penei até encontrá-los. Fiz de minha família - amigos. E nada! Não há tesouro no mundo, de valor maior!

       Muitos anos se foram. Muitos amigos também. Quero registrar aqui, não um lamento e sim uma imensa saudade, que por paradoxo, me enche de felicidade porque foi uma honra tê-los conhecido e convivido com gente da melhor estirpe. Quanto a vocês, meus amigos queridos de todas as idades, que encontrei pelos antigos caminhos pelos quais transitei, obrigada pela honra da conquista. A todos, a minha prima querida Marília, aos meus filhos e ao meu netinho amado, e especialmente ao homem que eu amo, esta dádiva, um ser humano raro. A todos vocês, eu desejo lucidez plena para que possam valorizar as oportunidade de despertar todo dia e fazer as escolhas certas para os anos que virão. Que haja discernimento, a fim de que a saúde seja preservada. Paciência - para que as mágoas sejam perdoadas. Grandeza - para que exercitemos o perdão. Solidariedade - para que alcancemos a Paz interior. Saudades - para que valorizemos cada momento presente. E alegria! A Alegria e o bom humor abrem vias ocultas aos sisudos antipáticos. Sigamos sempre com fé, enfrentando as dificuldades, corajosamente, para poder dizer um dia a DEUS:

- Espero não O ter decepcionado! Fiz o que pude, Senhor!

E ELE responda:

- OBRIGADO!

Não sei se vocês sabem, mas Deus é um Cara educado!

- FELIZ ANO NOVO PRA TODO MUNDO!

Pra Aleppo, Meu Deus , também!