terça-feira, 29 de setembro de 2020

                   ORIGEM

Quisera não ver a fonte jorrar atrocidades

Nos eventos que  permeiam as mais perversas maldades

Enquanto o tempo escasseia, os ventos demolem pedras

Como se fossem  mensagens de atroz  quimera

Se valessem desejos e as coragens vãs

Talvez, se fizessem em tempo  como preces de perdão

Gestos de caridade e a vontade terçã!

Zelia da Costa/ Nova Lima/MG/19:25`

sábado, 26 de setembro de 2020

 

                  DESTARTE

Um desenho, polígono da existência

Trava em suas linhas toda a subserviência

Que a humana gente com traços inacabados

Faz prever a solidão do espectro conquistado

A busca da solução, abandona a primazia

Que faz deste desenho sonora alegoria

Que devolve a cada fato, o ato desatinado

Que dá ao Universo modelo de novo contrato

Faça da vida colorida um desenho exibido

E não duvide da honra que lhe foi conferida!

Zelia da Costa/Nova Lima/MG/13:00



quinta-feira, 24 de setembro de 2020

          
                    CONEXÃO

Há um tempo futuro, nesse passado presente
Como se algo escuro precedesse o finalmente
E o som inusitado emitido a uma só voz
Ecoa no horizonte lá, bem distante, longe nós
Há uma inversão de sentido num rumo desconhecido
Como se o início do fim marcasse novo princípio
E um oceano rasgasse em seca passagem
Um novo destino isento de qualquer finalidade
O caos se organiza e instala sem proeza
Uma visão que eclode numa fusão de incertezas
E toda definição que em fatos registrara
Perde-se  na valência que ora desencantara
E o presente instável ganha a tonalidade
De quem se acredita capaz de construir a verdade!
 
Zelia da Costa/Nova Lima/MG
24/09/2020/Quinta-feira/19:10

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

   FANTÁSTICO! 

              EXTRAORDINÁRIO

                                    OU EXTRA  ORDINÁRIO?

           O vocábulo "fantástico"sempre foi usado para descrever a extensão de algo surpreendente, via de regra, um acontecimento feliz, carregado de emoção positiva. Ocorre, que no momento, eu o tomo para dimensionar o que estamos "ora vivendo" - um catastrófico episódio - que não  permite qualquer solução que nos torne alheios, distantes, insensíveis.

             Tateando pela História na busca de eventos ocorridos no seu transcurso que possam se assemelhar a este episódio trágico, percebi que, de tempos em tempos, o ser humano é atingido por calamidades similares a esta, que ora nos aflige.

           Lá atrás, bem lá atrás, os EGÍPCIOS passaram por experiências desastrosas resultantes, segundo os arqueólogos, da forma equivocada  e irresponsável, empregada no  desvio ou bloqueios de cursos de rios, no uso indevido da água para incremento da agricultura, construções de pirâmides e habitações e abertura de inúmeros canais que modificaram o sistema natural, provocando extensos períodos de secas que resultaram na evolução de ataques maciços de insetos que difundiram as pragas e fizeram eclodir as PESTES! 

          Ah! As PESTES dizimaram boa parte da população egípcia e deixaram irrefutáveis registros nas cavernas do deserto e nas escavações, que ora pesquisadas, trouxeram à luz, provas pesarosas e irrefutáveis de sua evidência.

          Os GREGOS, ocupados com invasões, ataques, combates e ocupações também viveram o desespero das PESTES alimentadas pelos vínculos criados com populações exógenas, submetidas à força de suas armas, mas que infestaram os guerreiros dominadores.No seu retorno à Grécia, eles infestaram seu próprio povo com PESTES,  males de desconhecidas origens.

        Os ROMANOS ávidos por glória e riquezas e aventuras e expansão territorial dos seus domínios, também viveram o inferno das mazelas difundidas pelas suas "falanges," que traziam das terras conquistadas, as PESTES que dizimaram na época, boa parte da população, abatida pelas febres e outros estranhos sintomas fatais.

         As Américas não ficaram isentas quando os espanhóis invadiram e submeteram as CIVILIZAÇÕES INCA e MAIA. Os "gentios" escravizados pelas forças dominantes foram também quase dizimados, não só pelo uso da violência dos conquistadores, gerada pela desmedida ganância, combustível da incontrolável ambição por riquezas, mas também pelas Febres e Feridas e Vícios que os "civilizados" europeus trouxeram na "bagagem", PESTES!

        Em contrapartida, os "navegantes"foram veículos para as terras do "Velho Mundo"para doenças nativas oriundas dos povos submetidos à sua sanha inglória que os infestaram com males desconhecidos.

         Bem, onde quero chegar?

         Nada mudou! 

        Agora, numa dimensão global, pagamos o preço do compromisso de manutenção da disputa do Poder Econômico entre Nações, tomados pela mesma ganância e suprema vaidade irresponsáveis de seus gestores. Vale tudo, como sempre! Hodiernamente, os "guerreiros"  se travestem de parceiros, protetores, sócios e até amigos. Na verdade, apenas buscam manter a supremacia que - historicamente - exerceram,  sem  preocupação com as mazelas que advém do exercício irresponsável do Poder. A busca inconteste por ascensão tem dimensão "Universal" e não admite acordos que interfiram na ambição dos potentados que usam da política e dos poderes bélico e econômico para disputarem no mesmo plano, o domínio.    

        Enquanto isso, como os egípcios, na ânsia irresistível de explorar riquezas, abrimos de forma irresponsável canais, aterramos pântanos, obstruímos rios, inutilizamos nascentes, desertificamos florestas.                                                                                                                                         Para"matar a sede" de petróleo, perfuramos poços nos continentes e oceanos, sem nos preocuparmos com os transtornos que advirão - prejuízos incalculáveis para a fauna marinha e flora submersas. Um processo nocivo em  expansão nas profundezas.Tornamos as correntes oceânicas depósitos de lixo e receptáculo de densos e nocivos esgotos.

        Como "senhores" do ambiente natural, mudamos cursos e assoreamos  rios, soterramos nascentes, fazemos arder florestas, dizimamos a fauna, perfuramos poços, secamos pântanos, envenenamos as águas à cata de minério e transtornamos a Natureza.

       Como experimento, países detonam armas nucleares. Tem ideia da nocividade do material tóxico lançado na atmosfera, sem que haja qualquer reação contrária a esse crime? No entanto, esse crime nefasto é cometido pelas grandes potências que ousam apontar para nós a autoria da catástrofe que gerenciam com rara competência!                  

       Os Oceanos envenenados condenam à extinção de forma irrecuperável fauna e flora. Os detritos navegam sem destino mergulham fazendo do solo submerso, uma estrutura perversa - maldição  da vida marinha - que envenenada,  nos devolverá o impacto... com igual  desprezo pela Saúde Humana.

     Os Rios cerceados são subjugados por usinas necessárias, úteis, mas impostas pela  urgência egoísta de colossais estruturas que não valorizam a sobrevivência do em torno e tratam a tudo e todos com a superioridade das injustas potestades.

     A Atmosfera poluída aquece e as geleiras evoluem para o degelo. Os Oceanos hão de transbordar. Vírus, bactérias, fungos congelados, armazenados neste universo frígido há milênios, desconhecidos da hodierna Ciência Humana despertarão do seu sono quase eterno e flutuarão por mares, livres e misteriosamente atuantes.

     Ocorre, que o Planeta Terra é um "Ser Vivo". 

     A Terra respira, pulsa, se transtorna, transforma e reage. Há formas intestinas de  expelir o que lhe incomoda as vísceras.

      Creio que ela, historicamente, repele o que lhe causa repulsa!

       Pragas, pestes... São reações mortais  e perversamente inseridas no destino humano!

       Estamos vivendo um momento que nos exige mudança de postura!            

       O"corona virus" é um alerta:

    - Ou mudamos nossas relações com este Planeta!

    - Ou seremos tratados como "inimigos" a serem extintos!

       A TERRA precisa CONFIAR em nós...

                  Zelia da Costa/Nova Lima/18/09/2020/22:19