sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

OBJETO





            OBJETO

Do barro rude
a arte urde
inusitadas formas
O tempo urge
Do nada surge
envolto em aura
a peça rara
que me encara
e doura a sala
           Zelia da Costa/SP

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

JUSTO QUANDO




           Justo quando...

Quando o perigo se move...
Quando nada se comove...
Quando a mágoa é iminente!
Quando a alma dorida se distancia da vida
 e se debate nas trevas!
 Quando a miséria propaga a fome e suas pragas
 e prenuncia a tragédia...
 A Natureza declara:
- em cada planta que fala
- em cada cor que ela emite
  O que já sabe o poeta:
  “Justo quando a lagarta pensava que o mundo acabara...
   Ela virou borboleta!”      
                Zelia da Costa/RO

ISSO PEGA







                             ISSO PEGA!



O contágio se fazia de pessoa pra pessoa

Era quase aflitivo ver como se introduzia

(sem que ninguém esboçasse rejeição)

De forma definitiva, aquela forma de vida...

Aquele vírus latente se apossava das gentes!

Era fácil  ver este fato acontecer, devido à ação:

temperatura febril, um retorcer de quadril, uns passos incontroláveis...

Gestos ágeis, sinuosos, olhares maliciosos...

Um sorriso infante... provocante... triunfal!

E zás...

Lá se foi mais um... no Bloco de Carnaval!


                                   Zelia da Costa/RO

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

LAVRA A DOR









                        

                  Lavra a Dor

Herdou a terra e pôs um punhado dela na boca

Sentiu o sabor dos vermes e não cuspiu

Afinal, em sua goela escorria o gosto da guerra

que lhe deu a terra e a sede por sangue!

Agora sim, faria germinar tudo que o ódio sabia plantar!

Lavrador estéril secou a semente dadivosa

e da gleba generosa colheu - a fome!

A violência não é só do potentado!

O miserável, o coitado também lhe dá guarida

Ávido por alimentá-la

Em pouco tempo é tornado...

Mais um adubo à vida!

              Zelia da Costa/RO/2006

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ALMA NOVA





                       ALMA NOVA

Põe na tua alma o sorriso que negas a teu rosto

Leva tua alma a passeio... mostra-lhe as flores, as cores...

Canta pra ela tua canção preferida!

Dança com tua alma nua... flutua...

 Conta-lhe as histórias das boas memórias

Mostra-lhe o Sol, a Lua...

Sente como se ilumina!

Trata-a com o carinho de uma prece

Feliz, ela resplandece

E a vida se renova

Faze tua alma sorrir...

Põe na tua alma a alegria que negas a ti!

Cria alma nova!
                          Zelia da Costa/NM/MT/