quarta-feira, 27 de abril de 2016

NATURALMENTE



               NATURALMENTE
Não há catástrofes!
Há transformações compartilhadas
Nada é surpreendente
Tudo é normal! Ingente!
Tempestades e bonanças
Erupções, vendavais
Tsunamis e ciclones
Secas e inundações
E sem culpa aTerra vai...

A Natureza expira, respira, pulsa

Transforma, reforma, deforma
Entorna, suga, expulsa
Absorve, contrai e vai...

Fede, perfuma, ferve, congela

Ilumina, escurece, pulveriza
Consolida, extermina
Envelhece, renova, multiplica...
E vai...

Senhora de seus eventos

Num universo de ações
Num tempo inconcebido
De imprevisíveis fusões
Toda a vida é um adendo


Ela se esvai em seu destino

De ser causa e efeito
De forjar o impossível
De criar o imperfeito
E fazer desse feito Fenômeno
Raridade
Somos talvez, o empecilho
Em meio à singularidade!
Zelia da Costa/NM/MT

O DIABO EM FIGURA DE GENTE

   " O DIABO EM FIGURA DE GENTE "

     Ele é formidável.
     Expressão controlada, precisa, imperscrutável. Incapaz de cometer um gesto natural, espontâneo. Manteve-se incólume. 

     Conhecedor das regras e suas deficiências, submete o interlocutor a uma experiência absolutamente devastadora.

      Conserva a atitude pétrea, tal uma esfinge viva, sem permitir ao interpelante a possibilidade de decifrar seus pensamentos e considerar prováveis atitudes.

       Com olhos frios, sorriso imutável, voz firme, comandou a sessão devastadora e provocou, sem que cada componente pudesse supor, a nudez ingênua que, de tão absurda, transformou a Câmara dos Deputados Federais num cenário hediondo.

      Pena ter se deixado seduzir pela cobiça, porém sua presença é de tal magnitude que seus crimes poderiam ser relevados por absoluta necessidade de sua rara competência.

     Cunha, Eduardo Cunha, figura inesquecível.

     Poucos jornalistas se deram conta de sua atuação magnífica na regência da ópera bufa que se produziu na Assembléia Legislativa Federal.

      Impassível, alvo de xingamentos e expressões agressivas de parlapatões oficiais, ele moveu seus cordões com a maestria de um artista. Seus fantoches, os deputados, atuaram com a espontaneidade dos desavisados, com a naturalidade dos ingênuos, títeres obedientes se deixaram conduzir pela habilidade de um mestre.

      O deputado Cunha é imbatível. Não haverá outro semelhante. Ele conhece o comportamento comum e as atitudes peculiares do caráter de seus pares. 

      Ele, o presidente da Assembléia Legislativa Federal, escancarou para a plateia de milhões de eleitores  a responsabilidade e culpa pela péssima escolha de seus representantes.

      Se parece que eu o defendo, engana-se. Apenas reconheço que esta figura, quase diabólica, pode nos livrar do Inferno.
..............................................................................
  E a dilma, se foi!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

OLIMPÍADAS À BRASILEIRA



        OLIMPÍADAS À BRASILEIRA

      
    Já que entramos na competição CUSPE A            DISTÂNCIA... 
    Por que não disputarmos também a sensacional prova :
        ARREMESSO DE MELECA?

terça-feira, 12 de abril de 2016

Deu no Augusto Nunes

Gravações? Escuta essas. Celso Daniel ainda não morreu. 



08/04/2016
 às 18:00 \ Direto ao Ponto

Seis gravações escancaram a conspiração forjada pelo PT para impedir que fosse esclarecido o assassinato de Celso Daniel

Há uma semana, a reportagem de capa de VEJA expôs o estreito parentesco que vincula o Petrolão, o Mensalão e o assassinato de Celso Daniel, alvo da 27ª fase da Lava Jato, batizada de Carbono 14. Os três escândalos pertencem à mesma linhagem político-policial. Foram praticados pelo mesmo clã. Somados, demonstram que a transformação do PT em organização fora da lei, pronta para submeter a máquina federal a seus desígnios e eternizar-se no poder, começou a definir-se em janeiro de 2002.
O acervo de provas materiais das delinquências que balizaram o caminho da perdição é tão portentoso que milhões de brasileiros ainda não foram devidamente apresentados a preciosidades descobertas no início do século. Uma delas é o lote de áudios que registram conversas de altíssimo teor explosivo gravadas por investigadores da Polícia Federal incumbidos de esclarecer o assassinato de Celso Daniel. Esse grampo é avô do que mostra as safadezas tramadas por Lula e seus devotos, divulgado pelo juiz Sérgio Moro.
Se fosse só prefeito, Celso Daniel já teria brilho suficiente para figurar na constelação das estrelas nacionais do PT. Uma das maiores cidades do país, Santo André é a primeira letra do ABC, berço político de Lula e do partido. Mas em janeiro de 2002 ele já cruzara as fronteiras da administração municipal para coordenar a montagem do programa de governo de Lula, novamente candidato à Presidência. Quando foi sequestrado numa esquina de São Paulo, Celso Daniel ocupava o mesmo cargo que transformaria Antônio Palocci em ministro da Fazenda.
Foi um crime político, berraram em coro os Altos Companheiro assim que o corpo foi encontrado numa estrada de terra perto da capital. A comissão de frente escalada pelo PT para o cortejo fúnebre, liderada por José Dirceu, Aloízio Mercadante e Luiz Eduardo Greenhalgh, caprichou no visual. O olhar colérico, o figurino de quem não tivera tempo nem cabeça para combinar o paletó com a gravata, o choro dos órfãos de pai e mãe, os cabelos cuidadosamente desalinhados – os sinais de sofrimento se acotovelavam da cabeça aos sapatos.
Até então, a única versão na praça se amparava no que tinha contado o empresário Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, ex-assessor de Celso Daniel. Segundo o relato, os dois voltavam do jantar num restaurante em São Paulo quando o carro blindado foi interceptado numa esquina por bandidos que, estranhamente, levaram só o prefeito e nem tocaram na testemunha. O depoimento de Sombra pareceu tão verossímil quanto uma nevasca no Nordeste. Mas a comissão de frente monitorada por Lula não tinha tempo a perder com possíveis contradições no samba-enredo.
Embora mal ajambrada, a letra não destoava do refrão que, naquele momento, interessava ao PT: Celso Daniel fora assassinado por motivos políticos. Dirceu e Mercadante lembraram que panfletos atribuídos a uma misteriosa organização ultradireitista haviam prometido a execução de dirigentes do partido.  Toninho do PT, prefeito de Campinas, fora abatido a tiros em setembro de 2001. Celso Daniel era a segunda vítima. Grávido de ira com a reprise da tragédia, Greenhalgh acusou o presidente Fernando Henrique Cardoso de ter ignorado os apelos para que adotasse meia dúzia de medidas preventivas.
Em pouco tempo, a polícia paulista prendeu alguns prontuários ambulantes, que assumiram a autoria do assassinato, e deu o caso por encerrado. Paradoxalmente, o PT endossou sem ressalvas a tese do crime comum. A família de Celso Daniel discordou do desfecho conveniente. O Ministério Público achou a conclusão apressada e seguiu investigando a história muito mal contada. Logo emergiram evidências de que o crime tivera motivações políticas, sim. Só que os bandidos eram ligados ao PT.
Ainda no início do último mandato de Celso Daniel, empresários da área de transportes e pelo menos um secretário municipal haviam concebido, com a concordância do autorização do prefeito, o embrião  do que o Brasil contemplaria, em escala extraordinariamente ampliada, com a descoberta do Mensalão. Praticando extorsões ou desviando dinheiro público, a quadrilha infiltrada na administração de Santo André supria campanhas do PT. Em 2001, ao constatar que os quadrilheiros estavam embolsando boa parte do dinheiro, Celso Daniel avisou que denunciaria a irregularidade ao comando do partido. Foi para tratar desse assunto que Sombra, um dos pecadores, convidou o prefeito para um jantar em São Paulo.
Entre o fim de janeiro e meados de março de 2002, investigadores da PF encarregados de esclarecer o assassinato gravaram muitas horas de conversas telefônicas entre cinco protagonistas da história de horror: Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, Ivone Santana, namorada da vítima (que já se havia separado de Miriam Belchior), Klinger Luiz de Oliveira, secretário de Serviços Municipais, Gilberto Carvalho, secretário de Governo de Santo André, e Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT para causas especialmente cabeludas. As 42 fitas resultantes da escuta foram encaminhadas ao juiz João Carlos da Rocha Mattos.
Em março de 2003, pouco depois do início do primeiro mandato presidencial de Lula, o magistrado alegou que as gravações haviam sido feitas sem autorização judicial e ordenou que fossem destruídas. A queima de arquivo malogrou: incontáveis cópias dos áudios garantiram a eternidade dos registros telefônicos. Em outubro de 2005, quando cumpria a pena de prisão imposta ao juiz que prosperou como vendedor de sentencas, Rocha Mattos revelou a VEJA que os diálogos mais comprometedores envolviam  Gilberto Carvalho, secretário-particular de Lula de janeiro de 2003 a dezembro de 2010 e chefe da Secretaria Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma Rousseff .
“Ele comandava todas as conversas”, disse Rocha Mattos. “Dava orientações de como as pessoas deviam proceder e mostrava preocupação com as buscas da polícia no apartamento de Celso Daniel”. Em abril de 2011, já em liberdade, Rocha Mattos reiterou a acusação. “A apuração do caso do Celso começou no fim do governo FHC”, afirmou. “A pedido do PT, a PF entrou no caso. Mas, quando o Lula assumiu, a PF virou, obviamente. Daí, ela, a PF, adulterou as fitas, eu não sei quem fez isso lá. A PF apagou as fitas, tem trechos com conversas não transcritas. O que eles fizeram foi abafar o caso, porque era muito desgastante, mais que o Mensalão. O que aconteceu foi que o dinheiro das companhias de ônibus, arrecadados para o PT, não estava chegando integralmente a Celso Daniel. Quando ele descobriu isso, a situação dele ficou muito difícil. Agentes da PF manipularam as fitas de Celso Daniel. A PF fez um filtro nas fitas para tirar o que talvez fosse mais grave envolvendo Gilberto Carvalho”.
As seis gravações escancaram a sórdida conjura dos grampeados dispostos a tudo para enterrar na vala dos crimes comuns um homicídio repleto de digitais do PT. A história do prefeito sequestrado, torturado e morto é um caso de polícia e uma coisa da política. As conversas também revelam a alma repulsiva do bando. Celso Daniel aparece nas gravações como um entulho a remover. Não merece uma única lágrima, um mísero lamento. Os comparsas se dedicam em tempo integral à missão de livrar Sombra da cadeia e acalmar o parceiro que ameaça afundar atirando.
Ouça as vozes dos assassinos de fatos combinando o que fazer para impedir o esclarecimento do crime hediondo. Passados mais de 14 anos, a reaparição do fantasma avisa que a tramoia fracassou. Enquanto não for exumada toda a verdade sobre esse capítulo da história universal da infâmia, todos os meliantes sobreviventes serão assombrados pelo prefeito proibido de descansar em paz.
Áudio 1
Luiz Eduardo Greenhalgh diz a Gilberto Carvalho que é preciso evitar que João Francisco, um dos irmãos de Celso Daniel, “destile ressentimentos” no depoimento que se aproxima. “Pelo amor de Deus, isso é fundamental!”, inquieta-se Carvalho.
00:00
01:17

Áudio 2Um interlocutor não identificado elogia Ivone Santana, que namorava Celso Daniel desde o fim do casamento com Miriam Belchior, pela entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo. E incentiva a viúva da vez a repetir a performance no programa de Hebe Camargo. Alegre, Ivone informa que vai fazer o reconhecimento das roupas da vítima. O homem do outro lado da linha quer saber como “o cara” estava vestido. “O cara” é o morto que Ivone finge chorar.
00:00
00:00

Áudio 3: À beira de um ataque de nervos, Sombra cobra de Klinger um imediata operação de socorro. Sobressaltado com o noticiário jornalístico, exige que Gilberto Carvalho trate imediatamente de “armar alguma coisa”.
00:00
00:00

Áudio 4: Klinger diz a Sombra que Gilberto Carvalho está preocupado com o teor do iminente depoimento do companheiro acusado de ter ordenado a morte do prefeito. Sugere um encontro entre os três para combinar o que será dito. No fim da conversa, os parceiros comemoram a prisão de um suspeito.
00:00
00:00

Áudio 5: Gilberto Carvalho cumprimenta Ivone Santana pela boa performance em entrevistas e depoimentos. Carvalho acha que as declarações mudarão o rumo das investigações.
00:00
00:00

Áudio 6: A secretária de Klinger retransmite a Gilberto Carvalho rumores segundo os quais a direção nacional do PT pretende manter distância do caso “para não respingar nada”. Carvalho nega e encerra o diálogo com uma recado sem identificação de destinatário: é nessas horas que se percebe quem são os verdadeiros amigos.
00:00
00:00
Com a queima das provas sonoras, Rocha Mattos virou sócio do clube de magistrados para os quais uma irregularidade processual é muito mais grave que qualquer delito. Nessa escola de doutores, aprende-se que quem arromba a porta do vizinho que está matando a mãe e evita a consumação do crime deve ser preso por invasão de domicílio. Como as gravações das conversas entre Lula e seus devotos foram autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, o ministro Teori Zavascki anda à caça de outro pretexto semelhante para declarar inexistente o palavrório que estarreceu o país.
Se seguir o exemplo do juiz ladrão, Teori não tardará a constatar que errou feio — e errou para nada. Milhares, milhões de cópias em circulação nas redes sociais informam que a verdade já não pode ser destruída. Graças à escuta promovida pela Lava Jato, foi abortada uma conspiração contra o Estado de Direito comandada por Lula e apoiada por Dilma. O resto é firula bacharelesca, conversa fiada. O essencial é que há culpados a punir. O que importa é que o castigo virá.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

CATÁSTROFE

Cápsula do tempo 

Agora o país ficou sabendo que de Belo Monte saiu dinheiro para a sua campanha. Era só mesmo o que faltava
Míriam Leitão, O Globo
O procurador Ubiratan Cazetta lamenta, às vezes, não ter colocado seus alertas sobre a Usina de Belo Monte numa cápsula do tempo. Ao abri-la, confirmaria seus temores sobre os impactos e custos da obra. Neste momento em que a Lava-Jato descobre que dela foram extraídas propinas para a campanha da presidente Dilma, é bom lembrar o que o tempo pode apagar.
No licenciamento, o governo disse que a usina custaria R$ 9,6 bilhões, e as ONGs diziam que o preço seria de R$ 30 bilhões. A obra foi leiloada por R$ 19 bi. O BNDES emprestou R$ 28 bilhões. E terminou custando R$ 30 bilhões.
O truque das grandes empreiteiras foi fugir dos custos e ficar com os ganhos. O preço será pago pelas estatais de energia e fundos de pensão de estatais, que controlam o empreendimento. As grandes empreiteiras fizeram o estudo de impacto ambiental, defenderam a obra e pularam fora do leilão. O único consórcio que deu lance foi montado improvisado com a maioria do capital das estatais e dos fundos. As empreiteiras fizeram a usina através do Consórcio Construtor de Belo Monte, contratado para os serviços de engenharia. Assim, elas fugiram dos riscos.
O retorno é incerto. A usina já começou a gerar energia em pequeno volume, e o reservatório está enchendo, mas permanecem as dúvidas sobre a sua capacidade de geração.
— Ela é uma Ferrari que vai andar numa estrada vicinal. Eles nunca consideraram os cenários de mudanças climáticas que podem alterar a vazão do Rio Xingu. Isso, além da oscilação natural do nível das águas da Bacia. Haverá momentos em que a hidrelétrica terá que decidir se gera energia ou mantém a vazão mínima no rio — diz o procurador da República no Pará.
O Ministério Público entrou com 26 ações contra Belo Monte, para cada um dos muitos absurdos da obra. A compensação ambiental foi de R$ 120 milhões, menos do que a propina paga de R$ 150 milhões. Mais de 60% desse dinheiro vão para uma unidade de conservação no Mato Grosso. A obra é no Pará.
— Por causa da obra, um trecho de 140 quilômetros do Rio Xingu, o da Grande Volta, praticamente deixa de existir, porque a vazão é reduzida a um “fio de água” como está no contrato — conta Ubiratan.
Com isso, perde-se a navegabilidade, afeta-se o modo de vida de índios — Juruna e Arara — e os ribeirinhos. Apesar disso, o governo considerou que não afetou os indígenas porque não alagou suas terras.
Uma das ações propostas pelo MP denuncia o “etnocídio”. O empreendedor teria que garantir as atividades de sustento da forma de vida tradicional. Em vez disso, criou um sistema de lista de compras para as aldeias e dar dinheiro para os índios. Quem antes ficava na aldeia, nas atividades que garantiam o sustento da tribo, passou a ficar em Altamira para pegar o dinheiro:
— Os índios passaram a comer produto industrializado e a acumular resíduo sólido que nunca souberam tratar. Já há casos de obesidade e diabete.
Os não indígenas foram para o Minha Casa Minha Vida, longe da beira do rio onde tinham, através da pesca, o seu sustento.
Muitas ações foram propostas para proteger Altamira e exigir do consórcio as condicionantes do Ibama. Foi construído um hospital que até hoje não funciona e que foi necessário no pico da obra. Foi construído sistema de coleta de esgotos com estação de tratamento que não está ligado às casas.
São muitos os absurdos da obra pela qual a presidente Dilma tanto lutou como ministra e presidente. Dilma passou por cima do Ibama e dos alertas ambientais e econômicos. Agora o país ficou sabendo que de Belo Monte saiu dinheiro para a sua campanha. Era só mesmo o que faltava.
Vista aérea de Belo Monte (Foto: Evaristo Sá / AFP)Vista aérea de Belo Monte (Foto: Evaristo Sá / AFP)
Míriam Leitão é jornalista

sábado, 2 de abril de 2016

DOUTORA

                     

                       DOUTORA

Ai ...a dor alheia...
Essa dor, que permeia olhares e sorrisos
faz a luta renhida,
mancha o contrato com a vida

-Não a confrontes, nem a agridas
Olha-a de soslaio...tenta seduzi-la
Afaga,sufoca a dor de tantas atenções!

Tenha competência e usa tua paciência
em doses desmedidas
Deixa que a dor se dilua,que se mostre nua...
Tenta compreendê-la!

Ah! Esta dor que grita,que se agita...
Que te assusta!
Não há de ser maior, nem mais arguta
que tua vontade de contê-la

Usa da tua doçura, do teu encanto e saber
e, nem por um segundo, negues ao moribundo:
-Teu desejo de vencer!


       Zelia da Costa/ 31/07/2005/RO

DESCAMINHO

                          
               DESCAMINHO

Interceptam as palavras, sentimentos  modestos
Reflexos desconexos  de pensamentos infantes
Parece que esta chuva a cair sobre a tristeza
Não mais rega a beleza de um jardim de odores

Imersa no torvelinho de emoções intrigantes
Descubro um rumo esquivo de rota titubeante
Atraída pelo estranho, embora com muito medo
Caminho entre cascalhos na trilha que desconheço
(Tamanha curiosidade há de pagar alto preço!)

Tento pensar o contrário, mas o contrário é o avesso
E o avesso é mórbido, patético, sem a euforia
Sem  o gosto da aventura que colore um belo dia!
Em meio à banalidade de um mundo grosseiro, infame
Esse novo descaminho deixou minh’alma radiante
Fez-me crer na esperança e que o novo...
 É meu alcance!

Zelia da Costa/NM/MT/26/09/2011/10:25
                              
                          NO TEMPO DE ALI BABÁ


           Se um grupo de pessoas, se organiza sob um comando e rouba um banco na calada da noite, perfurando parede contígua ao cofre, sem usar armas e distribui o fruto do assalto entre eles. Isto caracteriza a ação de uma quadrilha?
          Se um grupo de pessoas se organiza sob um comando e durante um tempo imprevisível, sub-repticiamente e usando da perícia que lhe confere a competência assalta um banco e dele subtrai milhões de reais, dinheiro público, sem temer consequências, sob o beneplácito do poder, garantido pela participação do chefe, funcionário do alto escalão. Se este dinheiro é distribuído pelos ladrões da nossa desmoralizada e “reles república” e rateado a seu bel prazer usando das prerrogativas que o cargo lhe confere. Isto caracteriza a ação de uma quadrilha?
          Na Itália, a esta organização se chamou Máfia e seus integrantes, políticos ou não, mas todos bandidos foram pra cadeia!  
          Mas, há sempre um “mas”. 
         A Meritíssima juíza, após seu voto, declarou em alto e bom som para o colega ao lado, Joaquim Barbosa e para meu espanto, que - “governo sem apoio dos partidos cai, cai mesmo”!
         Assim, para meu extremo desalento, constato que ela acabava de justificar a instituição desta modalidade de obtenção de apoio, pois, os absolvia do crime de formação de quadrilha.
        - É a política ou a guerra! Ela declarou enfaticamente.
         Eu prefiro fazer “guerra” a esta política!

         Zelia da Costa /28/09/2012/21h56min

      
                      ATENTEM

Quando as Flores secam em plena Primavera
É que a Natureza tenta avisar
Que a Beleza esgotou a Vida
Que ora se nega a multiplicar

Quando os Pássaros voam rumo ao Deserto
Sem com a fome se importar
É um sinal que a Natureza desiste
 E apaga o Som da vida de todo lugar

Quando os Peixes deixam os Oceanos
e morrem nas praias a secar
Está na hora de se ajoelhar
E esperar a  hora...
Logo chegará!
Zelia da Costa/NM/MT/31/03/2013.