sexta-feira, 30 de setembro de 2016

SER OU NÃO SER. EIS A QUESTÃO!


                            SER OU NÃO SER. EIS A QUESTÃO!

           Será que existe determinismo histórico/cultural?
           Seria razoável conjecturar a respeito de uma espécie de DNA histórico que possa justificar o comportamento de um povo?
           Haverá alguma possibilidade, por mais hipotética, que justifique a evolução de costumes de uma população?
            Uma espécie de determinismo comportamental inerente às atitudes, ora surpreendentes, ora decepcionantes, um contrato entre a fluidez negativa das ações e a contaminação de irresponsáveis consequências.
           Onde pretendo chegar?
           Compliquei o sentido do meu texto?
           Não! Tenho certeza que não.
           Na verdade, busco uma alternativa histórica que me conceda, não a solução de um enigma, mas que permita um certo nível de racionalidade e, antes que me torne uma alienada, faça construir uma hipótese mais racional de compreensão.
         Do que falo?
         Refiro-me à formação da nacionalidade brasileira. Recorro à histórica abordagem portuguesa às terras recém descobertas.
         Para que não corressem riscos, os navegantes usavam os degredados. E quem eram eles? 
         Ou eram facínoras ou eram os acossados religiosos ou refugiados (e já existiam muitos).
         Portanto, o primeiro grupo exótico que adentrou estas terras era formado por assassinos, ladrões ou apavorados fugitivos. Certamente, a sobrevivência nesta Nova Terra cobra um preço. Assim matar, roubar, trapacear, devastar era um compromisso com a vida e um prêmio aos que não mediam esforços para agradar o reino português e seus emissários navegantes.
         Onde quero chegar?
         Somos descendentes desta casta humana que aqui foi depositada, que fez filhos e se tornou parte integrante da nossa formação. O que me deixa amargamente curiosa  é  a questão:
         - Existe determinismo cultural transmitido  pelo "DNA"  comportamental  de um povo?
           O brasileiro se desfaz de suas florestas sem culpa, tornando o espaço calcinado, um deserto.
           Mesmo quando este espaço é servido à agricultura, ele o utiliza até o esgotamento do solo e, aí, segue desmatando novas áreas, como já aconteceu em certas regiões do suldesertificadas.
           Ainda olhamos o País com a mesma ambição dos primeiros exploradores. Nossos índios são tratados com o mesmo descaso e suas florestas dizimadas, tornando-os "cativos" do bolsa família e viciados nas drogas e bebidas alcoólicas que foram as armas usadas para destruir sua cultura. Sem falar da prostituição.
            Não cuidamos de nossas fontes de riquezas. A Petrobrás se esvaiu "na roubalheira de uma caterva de maus brasileiros".
             O contrabando é de tal forma agressivo que possibilitamos, a país que não tem uma pepita de ouro em seu solo, se torne o maior exportador de ouro da América do Sul.  Pedras preciosas, metais raros como o nióbio se esvaem pelas nossas abandonadas fronteiras com a cumplicidade irresponsável da ambição maldita.
            Sem preocupação moral, usamos produtos piratas, empobrecendo nossa indústria.
             O povo ainda pratica a "lei da vantagem" e vende seu voto, recibo da desonestidade cívica. Também trapaceia quando há oportunidade de burlar a lei e a ordem pública, tornando a "propina" uma delação do caráter promiscuo do cidadão.
              Cultivamos a grosseria atávica.
              Nossos políticos são a escória.
              Agora penso:
              Será esta evolução originária dos degredados ou não existe "determinismo" que explique um "nacionalismo" sem perdão?