domingo, 27 de dezembro de 2020

             IMPOSTA EXPOSIÇÃO

 

Guardou o que lhe restou, na memória de um verso

Arrumou a solidão em espaço transverso

E pôs sobre o tempo vago, destino incerto

Manipulando a sorte de jeito obscuro, reverso

 

Levou de infesta bagagem, algo de grande valia

Negando àquela imagem secreta - a Poesia

Que de raro escrutínio escapou com lucidez

Da sorte que, desvelada em poeira, se desfez

 

E o verso que buscava a imagem do real

Fez valer a Poesia dos retalhos conferidos

E um manto de fina obra exibiu sob destaque

A verdade estampada na galeria das artes! 

 

Assim, a Vida retrata aquele que se acovarda

E trata a desventura como castigo cruel 

Negando à experiência, visão que dilata

E faz da sorte inata, experiência leal.

 

Quando a ela se alia, a vitória exalta

A experiência vivida eleva a quem a retrata

E ora, em muitas vias, esta honra se exorta! 

Agora, tornado herói, o Poeta: 

- Abram-se as Portas!


Zelia da Costa/NL/Domingo/27/12/2020/9:59 

 G

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

TERROR À VISTA

                AH! A DOR!

A Dor atravessa desertos, fronteiras, florestas , oceanos

A Dor perfura, corrói, explode, pulveriza

A Dor escorre lágrimas, calcina corpos, explode em mágoas
 
A Dor domina os sentidos e cresce...
 
A Dor dilacera, destrói, deforma
 
A Dor odeia, não perdoa, não esquece
 
Ah! Dor cresce e quando cresce...
 
A Dor menina, a dor menino
 
A Dor não entendida!
 
A Dor ecoa, corre sem rumo, voa!
 
Ai, a Dor se expande e entoa
 
E a Dor da nova guerra, das crianças vítimas em outras eras...
 
A Dor embala a ira, a forra e chora!
 
E novas vítimas a Dor cria
 
E nesse revolver sem alegrias
 
A Dor eterniza nossa maldição!
 
Ucrânia! Às crianças da Ucrânia, eu peço perdão!