A HORA E A VEZ
A alma se
dilatou pelo etéreo insondável
buscando a
voz que lhe sussurrava
e lhe
trazia notícias raras.
Nas
predições de um tempo vago...
Quem o arauto
das macabras previsões?
Quem lhe soprava
aos ouvidos
sombrio
futuro, amaro destino?
Por que
razão tais confidências jorravam
como chamas
a queimar a pena,
caso tentasse não registrá-las?
Pior, é que
a cada dia,
torpe momento crucial se crava
e na bruma
de um futuro ambíguo
se delineia
sorte madrasta
E nada,
nada reverterá o destino
da desumana
gente,
num tempo
ignaro.
E os bons?
- Não serão
lembrados.
Zelia da Costa/NM/MT