domingo, 26 de julho de 2020

 (Quinta-feira)


Faz de tudo que puder
Pode se arriscar
Você sabe o que quer
Busque o seu lugar
Não tenha medo de ir
Nem medo de chegar
A vida que termina aqui
Segue em outro lugar
Saiba saber partir
Reine em outro lugar

sábado, 25 de julho de 2020

 

   A CORAGEM DE SER

Se a cada vontade expressa
Corresponde um senso estrito
Circunscrito no desejo para muitos sucumbido
Se deseja voar sempre distante de obcecados
Não permita  seus voos por alguém cerceados
E mantenha a fé que fez de seus voos inalcançáveis
Empreitáveis sucessos serem sempre  louvados

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Se a verdade dos fatos não tem conexão real
E o que parece abstrato, súbito, se torna ideal
Quando se impõe a cada ato um valor desmedido
E a ilusão do relato foge do sensato escrutínio
Urge tornar concreto o que escapa da alma
Antes o distante deserto que se afogar na lama! 

O valor de cada fato está no ato que o gerou

Assim, não torne abstrato o nocivo contrato que assinou

Que fez com a vida um pacto de inexato fulgor

Quando a verdade expressa o significado do existir

Deve fazer da conduta, a grande disputa sem a denegrir!

quarta-feira, 22 de julho de 2020


 UM FATO

E agora?
Quando o sentido vaga entre o profano e o sacro
Entre o real e o imaginário
Entre o abstrato e o concreto
O exato e o dúbio geram inconsistência
E aí, se a faz contenda que agride os sentidos
E torna impreciso tudo que se ordena
Transtorna a vida e apequena
Tudo que poderia conter
Esta é a verdade que não se pode deter!

domingo, 19 de julho de 2020

                         UM FUTURO IMPERFEITO

      Talvez, nestes tempos tumultuados, seja algo fora de senso pensar em soluções alienadas, frente aos terríveis momentos expostos. Quisera me livrar  das preocupações fora do enredo da aflição global, porém para que isso ocorra, tenho que expurgar do contexto da minha existência a vocação que me fez ativa, resistente, empreendedora, guerreira, leal, sonhadora, ambiciosa, audaciosa e feliz - o Magistério!
             Mesmo agora, sob a ameaça de um vírus mortal, a força vital que me impulsiona não me permite o abate da Vocação e, talvez, impulsionada pela consciência da escolha, volto a grande preocupação que moveu parte da minha vida e que sei, favoreceu a muitos que viveram esse tempo de oportunidades raras. Refiro-me ao trabalho que, junto com um grupo de abnegados mestres, fizemos acontecer em tempos idos.
            É para mim, um motivo de intensa preocupação, o momento grave da escolha profissional. Por mais que o mundo do trabalho tenha evoluído aceleradamente, acrescentando opções às áreas da tecnologia e ciência, caminhando por modernas e originais vias, ofertando uma orgia de oportunidades fecundas e atraentes, povoadas de grande inserção, também (insisto para que fique registrado) fez desaparecer do mercado de trabalho atividades seculares, ora extemporâneas. Um paradoxo da moderna era. Há que se estar atento à sintonia  desta evolução.     Enfrentamos um absurdo descompasso. Isto nos obriga considerar com maior urgência, as características individuais que abarcam, além do domínio do conteúdo específico, as condições irrefutáveis de saúde e a dinâmica exigida para competência, inseridas as contra indicações inerentes, tudo sob o registro do mesmo grau de importância.  Por que faço essas considerações? A resposta é simples:
         - A ausência no currículo escolar da matéria - Informação Profissional!
         Tenho assistido o desagregar de jovens indivíduos, causado pelo desconhecimento das características da própria personalidade. Esta "informação pessoal" relevante para o sucesso é, no mais das vezes,  responsável pelo fracasso da "incompetente " escolha profissional.
           Motivações importantes como salário e projeção social não garantem o bem estar pessoal, profissional e o êxito de integração que abastecem parte do sucesso da escolha. Assim, qualquer desconforto pode gerar a desagregação no ambiente de trabalho, o mal estar do indivíduo e a consequente sensação de fracasso.
        A Educação não pode se esquivar da responsabilidade de possibilitar a  todos os cidadãos e a cada um, para ser bem clara, condições de integração no "mundo do trabalho". O prejuízo causado por esta alienação é estarrecedor. Um bom número de jovens desiste, depois do tão disputado exame vestibular, por não se identificar com os objetivos reais e conteúdos programáticos do curso que, erroneamente, escolheram. Esta rejeição, mal assimilada por familiares e colegas o torna, não raras vezes, motivo de chacota e mais grave ainda, um pária social. Isto ocorre com frequência assombrosa. Há também aqueles que por vergonha ou covardia ou vaidade permanecem submissos, frustrando suas próprias possibilidades de bem estar e realização. São eternos amargurados, infelizes e infelicitando. Além do prejuízo pessoal, há o causado pela ocupação da vaga que outro, habilitado e ajustado, poderia usufruir. Pior é que existe a probabilidade de que esse transtorno da escolha o marque injustamente como consequência adversa, tudo causado pela falta de Informação e Orientação Profissionais que ministradas com critério  responsável, desde a tenra idade e no decorrer da sua vida escolar, evitaria esta derrocada pessoal.
     Existem ainda, prejuízos por abandonos de cursos universitários consequência de escolhas equivocadas. Todo esse caos precisa ser avaliado e contabilizado com exatidão para que se dimensione o custo da perda para o contribuinte e para o estado. Cada opção desastrada ocasiona desperdício de investimentos moral e financeiro.
     Pode parecer exagero, mas há um contingente de ex-alunos universitários e profissionais desencantados, vítimas de depressões e outros problemas emocionais resultantes do fracasso das péssimas escolhas profissionais.
      Importa?
  Creio que não. Este transtorno é antigo e parece não sensibilizar as autoridades, nem as famílias que  tem problemas mais evidentes e cruciais noutra direção.
       Assim, lamento, porque o tempo urge e um trabalho que já foi inserido com sucesso há décadas, por um grupo de abnegados professores na Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, no Setor de Orientação Vocacional no Ensino Fundamental e posteriormente na Assessoria Técnica de Orientação Vocacional do Ensino Supletivo, que se perdeu no tempo e parece ter se perdido do verbo.
     Tudo leva a crer que aqueles abnegados sonhadores estavam inseridos em tempos futuros e que se tornaram distantes anos-luz da realidade obtusa que ora vivemos. 
      Era, naquela época, uma ação no PRESENTE do VERBO FAZER - FAÇO!
      Ela visava o FUTURO!
     Ou era um FUTURO que ficou no PASSADO... e perdeu a sintonia com o PRESENTE!
    EU FARIA!
TEMPOS PRETÉRITOS DE UM DESENCANTADO  FUTURO  PRESENTE!

    
           ,

sábado, 18 de julho de 2020


 DU-VI-DE-Ó-DÓ

Se havia motivo para ir
Por que a razão do penar?
Se quando decidiu partir
Devia ter onde chegar

Se há motivo pra rir
Qual a causa do chorar?
Se a decisão de sorrir
Não cabe no lamentar

Se havia motivo pra crer
Por que  então duvidar?
Se é verdade o que não vê...
Existe razão pra sonhar!

Nova Lima/18/07/2020/17:30

sexta-feira, 17 de julho de 2020

sexta-feira, 10 de julho de 2020



                                   O  EIXO

           Sou, vez por outra, atraída pelo desuso das expressões. Assim como os "costumes", quero dizer, os hábitos populares, as expressões "saem de voga". Bem... E por que desta vez "entrei nessa" de novo? Respondo sem"pestanejar":
        - Saudade!
        A Saudade não é um vocábulo qualquer...É uma "viagem" e ela cobra o preço da passagem! E garanto que tenho pago caro pelas memórias. Não que elas sejam sofridas, mas pela melancolia que o tempo causa.        Tenho observado que, apesar de a "Ciência" nos submeter ao "espanto" de seus avanços e descobertas, causa piedade sua solidão. Nada é mais frustrante para os cientistas do que o deserto da compreensão humana. E o que me fez adentrar neste universo distante?             - Ah! É mesmo... O desuso das expressões!
         Quando eu era criança (e faz séculos então) ... Eu me recordo de minha mãe se queixando:
        - Nossa! Olha o estado que você está? Como conseguiu rasgar o vestido assim? Olha só isso: a saia está em farrapos...E olha o resto? Meu Deus! Como você consegue? Ah! Minha filha! "Você um dia me TIRA DO EIXO!"
         Aí, eu começava a imaginar qual "diabo de castigo" estaria por vir?
         Quando eu quase"tirava" minha mãe do EIXO já sabia que - ou teria que ficar deitada na cama (o que era "brutal" pra mim) -  ou ficar sentada na "cadeira do castigo", depois de algumas palmadas, num canto da sala!
         Aquela "porcaria" de EIXO vivia me perseguindo!
         Na escola, eu fazia o "tipo acomodada". Minha mãe ficava incrédula com os elogios de "Dona Eumaia"... A professora se queixava que alguns alunos, às vezes, quase a tiravam do EIXO', mas eu não! Eu era uma "gracinha"... Até ajudava outros alunos na leitura (a pedido dela) e minha mãe que conhecia a " peça" ficava muda! Incrédula!

  Um dia... E há sempre um dia... Ainda no "Curso Primário", fui surpreendida com o novo sentido do vocábulo EIXO! Meu Deus!
          - A Terra cumpre um destino ditado pelo seu EIXO!
          Foram estas as exatas palavras de Dona Neuza, aquela professora baixinha que compensava o tamanho com exclusiva competência, autoridade e respeito!
          Então, a coisa era séria! 
Imagina que o EIXO existia, mas era uma LINHA IMAGINÁRIA...
          Isso é de enlouquecer qualquer um!!!
          Pensando melhor... Eu "quase tirava minha mãe do EIXO" e nunca soube como ele era... Será que o EIXO da mamãe também era assim? Uma linha invisível e tão importante?
           Se minha mãe tinha medo de perder o EIXO... Então, era muito grave qualquer "traquinagem" contra o EIXO DA TERRA!
           Dona Neuza era capaz de manter a turma "hipnotizada" e discorreu sobre a compreensão desta LINHA IMAGINÁRIA que mantinha a TERRA no equilíbrio que conhecemos.
           Não! Você não imagina o "nó que deu na minha cabeça"!
           Não aconteceu, mas minha mãe "escapou" de boa!
            Agora, eu sabia que ela podia ter se desequilibrado com minhas aventuras! "Levar um tombo"  Eu teria sido responsável por este evento sinistro!
            E aí???
                    Sabe, estamos vivendo um momento bastante extraordinário. Vez por outra, reclamo e não sou eu só:
                  - Parece que o tempo "está correndo" mais célere! As pessoas se mostram tomadas por comportamentos dúbios. Ou demonstram extrema ansiedade ou se tornam totalmente apáticas.
                Há uma espécie de convulsão coletiva e a Natureza parece sensível a este mal-estar "reinante". Aí, ela promove eventos simultâneos e catastróficos como erupções vulcânicas, tempestades violentas, ciclones, maremotos, erupções vulcânicas, incêndios espontâneos e ataques massivos de insetos -mosquitos, gafanhotos, percevejos, etc.
             É certo!Nunca o Planeta Terra foi tão densamente povoado! 

              Seria esta a causa responsável pelo mal estar dominante e também por doenças endêmicas e pandemias que subtraem a vida de populações, de forma nunca antes dimensionadas por nós, com tal grandeza e sequência?
            Há uma desconfiança generalizada, impulsionada pelo temor de um plano capcioso, arquitetado para estrutura de estranhos projetos implementados por países interessados no extermínio de gente, com o objetivo de "equilibrar" o desempenho global na economia de Recursos Naturais!Será? Seria esta, a forma perfeita e avassaladora para evitar a fome que ameaça a Humanidade?
            O desespero se alastra como peste e a evidência das estatísticas registram óbitos em números extraordinários e alarmantes. Nem as guerras foram capazes de produzir tamanha perda, num tempo quase exíguo.
            Estranho é que a Humanidade, que sempre conviveu "em grupo" tem que se submeter a um isolamento compulsório, sob condições impostas pelas autoridades governamentais, em nome da sobrevivência...Uma solução que não administra o problema, mas que tenta.
            E daí?
            Bem, os cientistas comunicaram que o EIXO DA TERRA está em lento movimento e que não há previsão das consequências,embora este fenômeno natural já tenha ocorrido em "priscas eras" quando o planeta ainda não era habitado pela espécie humana. Assim,não há relatos exatos ou registros documentados, minuciosamente, que nos resguardem das consequências do desastre.
           Estudiosos deste tema creem que nosso planeta fará uma reestruturação ambiental e geológica. Quando? Como? Em quanto tempo? De súbito ou lentamente? Que surpresa nos aguarda? Que eventos nos ameaçarão a existência?Rios inverterão seu percurso? Oceanos buscarão novos espaços? Cordilheiras serão submersas? Surpreendentes vulcões vomitarão suas lavas! Lagos serão tornados pântanos ou desertificados? Fendas abissais se abrirão? Cavernas sugarão matérias?


          Haverá o extermínio da população global ou sobreviverão isolados, indivíduos ou grupos ou a Vida ganhará outra dimensão e a Terra obedecendo ao imaginário EIXO terá novo equilíbrio e investirá sua existência em novo evento neste Universo infindo?

         Pensando bem,quando eu "arriscava tirar minha mãe do EIXO" ela me punha de castigo!

       Esta, não é a primeira vez que aqui ocorre a MUDANÇA DE EIXO, segundo os cientistas. Agora, cabe a pergunta :

         - Será que este PLANETA já foi habitado por outros seres há milhões de tempos atrás? E será que estas incógnitas espécies também fizeram tantas "traquinagens"  quanto eu e  provocaram, em tempos primordiais, a mudança de EIXO DA TERRA? 
 
SERÁ?
 
Que tal "melhorar nosso comportamento"?


                                          09/07/2020/21:55 

sábado, 4 de julho de 2020

      ERA UMA VEZ... OUTRA VEZ

       Lá estava ele. Ele não. Eles. 
      Em seu entorno, um público fiel, acrescido de uma plateia de várias nacionalidades que se renovava a cada momento, atraída pela arte daquele jovem cigano. Em verdade, a dupla era irresistível: 
     - O cigano e seu títere. -
       Nós, eu e minha filha que estudava piano na cidade de Viena, na Áustria, éramos parte daquelas pessoas e, seduzidas, já nos tornáramos espectadoras assíduas daquele espetáculo, sensível e acolhedor, de arte popular.
       O jovem que manipulava o brinquedo parecia dominar a linguagem universal, que ativa, se fazia efetivar através dos cordões que ele acionava com maestria, como antenas.
       Nunca soube o nome do artista, porém sua arte era universal e traduzida na leitura dos gestos  exagerados, ora vertendo expressões carinhosas de modo suave, ora fazendo eclodir formas de exagerada ternura, na maestria do toque que o títere cômica ou dramaticamente se fazia executar.
       Quando me via chegar o boneco gritava:
         - Mama!
     E abria os braços e logo os fechava num caloroso abraço imaginário, pois, nos tornamos íntimos pela convivência. Comovida, eu revidava.
     Quando alguma jovem era atraída, os olhos do boneco saltavam das órbitas, encantados e encantando no susto, a recém chegada.
     Tudo ocorria ao som de músicas seletas e obedecendo a uma sonoplastia manipulada pelo cigano de forma sensível e comovente.
     As pessoas que participavam  da plateia não se negavam a  deixar sobre o grande e colorido lenço estendido no chão da calçada, moedas e notas, que se transformavam no "ganha pão" do criativo artista.
     Eu, distante de meu país e cheia de saudades de minha família e amigos, era grata ao cigano, seu boneco e sua arte que, sempre e generosamente, me saudavam com um grito:
    - Mama!
    (Um filho, que me fazia atravessar em segundos - oceano e  tempo!}
    -Sim. Um cigano e seu títere que nunca me permitiram descobrir afinal:
    - Quem era "o boneco"?
    Pois, o títere desenvolvera irresistível personalidade e inegável domínio de comunicação... Assim, era ele, em verdade, quem ganhava o pão do artista!
    À nobreza dessa Arte Popular, mas não vulgar, meus aplausos  eternos,gratos e comovidos!
    Zelia da Costa/Nova Lima/MG/04/07/2020/21:52