sábado, 30 de junho de 2018



                     OCASO

Se houve, acaso, tempo
Para inserir, no momento, crucial paisagem
Por certo, também se podia
Tornar eterna fantasia
Que no vago se erguia como um feito de coragem.
E num aceno infante...
Pra muitos beligerante
Fez-se alvo a decisão
Quando o poente é cativo...
O nascente, agora vivo, é liberto da solidão!
Zelia da Costa/NM/MT/20/06/2018/20:21.

domingo, 10 de junho de 2018


A ABDUÇÃO DA IDENTIDADE DE UM POVO
      Quando sinto, como agora, essa estranha sensação, percebo que recorro à definição das palavras. Não, ao sentido delas, mas à vulgaridade do uso.
     A vulgaridade a que me refiro não invoca deturpação de sentido. Ao contrário, a escolha do vocabulário popular  registra muito além da cultura didática, o espírito grotesco da identidade nacional de um povo.
    Não pretendo fazer análise filológica, nem semântica porém percebo que certos sufixos foram aos poucos sendo abolidos, enquanto outros, selecionados, se fixaram de forma contundente. Quer um exemplo sonoro?
     DADE - perdeu espaço!
    Acha que fiquei idiota? Quem sabe? Porém, insisto. Quer ver?
    Palavras com sufixo DADE caíram em desuso e, certamente, estarão relegadas ao tempo vácuo das ideias.
   Preste atenção:
Lealdade, nacionalidade, identidade, moralidade, assiduidade. urbanidade, fraternidade, escolaridade, honestidade, solidariedade, sinceridade, felicidade etc.
  Enquanto elas se perdem no tempo, outras ganham espaço notório. Àquelas, cujo som exibe força e que ignoram consequências. Exemplo:
Corrupção, traição, competição, banalização, encenação, falsificação, cooptação, desmoralização, alienação... Não quero cometer a omissão dos termos vulgares que ficam subentendidos no texto como patifaria, engodo, incompetência, canalhice, cinismo... Sim! Existe a deslealdade, a cumplicidade, a imoralidade, a desonestidade, mas estas não são citadas com ênfase, ditas com a clareza que exige a lisura. São sussurradas, compartilhadas, sem a evidência necessária para identificação exigida. Digamos que estes vocábulos tem a densidade do caráter que a magia da linguagem comunica, interferindo de forma quase sutil no sórdido conceito intestino de uma população de anômalo desempenho moral!
 E a comunicação? Deixo-a relegada ao plano da ignóbil cumplicidade. Um vocábulo fortemente atado à traição quando o interesse supera à veracidade dos fatos.
    Assim, recorro à densidade das palavras para conhecer o tempo em que transito, certa de que logo perderei a lucidez. Aliás -  lucidez - um vocábulo profundamente esclarecedor dos tempos hodiernos, já que sua ausência fez uma espécie de lobotomia em uma população sem destino.
Zelia da Costa/NM/MT/16:18/09/06/2018.

quinta-feira, 7 de junho de 2018


             
                  IMAGEM

Múltiplas cores invadem o horizonte

Apelo de luz cromático à sensibilidade

Serena mensagem a lembrar da Paz!


Enquanto aos poucos vão se desfazendo

O horizonte se contorcendo...

Pinta, um desenho raro, de mágica flor!


Mas, as nuvens aos poucos vai despetalando...


Código triste, para quem sabe

Que a negra turbulência da tempestade ...

É signo de agouro, num céu que ora arde

Infernal presságio ao  “ Mundo Cão “!

Zelia da Costa/NM/MT04/06/2018.23:14