Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Especialistas em combate à lavagem de dinheiro têm uma
diretriz básica para se obter sucesso na prevenção e repressão a este crime
muito comum no mundo globalitário. A dica simples é: "Siga o dinheiro e
pegue os ladrões". O complexo é perseguir os caminhos da grana, geralmente
obtida em negociações corruptas entre grandes empresas e o poder público.
Atualmente, os mesmos experts no assunto indicam o lugar onde tal investigação
fica mais complicada: as Ilhas Seychelles. Follow the Money...
Trata-se de uma república presidencialista cuja capital é
Victória, um paraíso fiscal situado no continente africano, mais precisamente
no Oceano Índico Ocidental. Lá estaria o mapa da mina da Lava Jato, do Mensalão
e de outros megaescândalos ainda nem revelados. Uma grande dica de investigação
é saber que jatinhos, que passageiros ilustres ou seus laranjas passaram pelo
moderno aeroporto internacional de Mahé.
No começo de junho deste ano, o Alerta Total revelou que
pelo menos 170 milhões de Euros pertencentes à família
de um próspero político
brasileiro foram movimentados
de bancos na Europa para contas no duplo paraíso
fiscal e
estético das Ilhas Seychelles. Apelidada de “Filho de
Peixe”, a
operação confidenciada pela “turma do dólar
cabo” foi alvo da lupa de
investigadores dos EUA. A
corrupta família brasileira centraliza seus depósitos
bancários no Panamá. No entanto, faz a grana circular
entre a França, a Itália,
Seychelles e o Brasil.
A enorme transferência de euros foi feita em favor do
esquema brasileiro, na semana passada, foi interpretada
como uma manobra
defensiva. O grupo político que faz a
movimentação atípica de moeda estrangeira
tem a
certeza de que será alvo, em breve, de ações da Polícia
Federal, sofrendo
denúncias posteriores do Ministério
Público e da Justiça Federal. A blindagem
está quase no
fim. Falta um tantinho para a casa cair...
A família do fenômeno empresarial e seus parceiros de
negócios vêm chamando a atenção não só de
investigadores tributários e
policiais, mas também dos
grupos que atuam no mercado paralelo de dólar – alvo da
Lava Jato. O grupo faz bruscas operações de mudança do
controle de ações de
empresas dos setores de
alimentação e telecomunicações. Também faz muitos
negócios na compra de diamantes africanos. Por aqui,
investe em imóveis - uma
burrada, facilmente identificável - e em construção civil.
O grupo mafioso tupiniquim caiu na malha fina de
monitoramento da Drug Enforcement Administration – a agência anti-drogas do
Departamento de Justiça dos EUA. No cruzamento de informações, ficou clara que
uma das práticas comuns da super lavanderia de dinheiro é o financiamento ao
tráfico de drogas – dando um destino supostamente de investimentos em moeda
estrangeira ou ações da grana disponibilizada pelas máfias colombianas e
mexicanas.