domingo, 3 de novembro de 2013

ÚLTIMO MERGULHO







   ÚLTIMO MERGULHO

Esgarça-se, ao sabor das ondas,

trêmula vela, num adeus distante,

deixando longe de qualquer desejo

um cais perdido, envolto  em bruma.

O horizonte, que se estende adiante,

já não contém desenfreada gula

A escuna ingênua avança e se perde;

desaparece na convulsão de espumas...

O cais vazio, de madeira podre,

sofrendo a dor da imensa saudade,

dobra os pilares, ajoelha e chora,

adormecendo na profundidade

                           Zelia/Rondônia/2005

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