Em Algum Lugar Do Passado
Comeu
um naco de pão e tomou uma talagada de aguardente
Depois,
se assentou junto ao batente, na soleira da porta
Olhou
a cadeira de balanço, de espaldar alto, que rangia vagarosa,
sombreada
pela “bouganvillea” que protegia a horta...
Quanta
nostalgia!
Lembranças
longínquas franziram-lhe o cenho
enquanto
a mente esculpia o desenho da felicidade já morta,
fenecida...
numa das quinas da sua vida torta
Tomou
entre as mãos um romance recém- lançado
Era
de um “tal Machado”, e partiu
-
Estava na hora!
Chegou
à gare, tomou o comboio, sentou-se à janela
e
ganhou da bela rapariga um sorriso matreiro,
que
não retrucou por inteiro, pois, tinha a alma partida
Enquanto
a paisagem desfiava célere sua tela
lia,
de soslaio, o matutino do passageiro vizinho
Ah!
Estava bem diferente do rapaz de antigamente,
o
que o tempo não mudara, esta viagem forjara
Viera
despir o passado e se desfazer da Quinta
Mas
só ratificara o que no fundo sabia:
-Jamais
conseguiria os seus retalhos compor!
Melhor,
é seguir viagem...
No
cais, a espera, o vapor
zeliadacostamt@gmail.com
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