quinta-feira, 28 de novembro de 2013

APELO



                           
                           APELO

Quando ele nasceu – menino!

Olhos arregalados!

Já sorria iluminado pela luz de um novo dia!

Faminto, me procurava...

Em meus seios encontrava toda paz e energia!

Era bonito de ver o meu menino crescer entre risos e algazarra.

E por mais que eu temesse...

Para ele, a vida era uma aventura, uma farra!

Brigava e fazia as pazes, (no acerto entre rapazes).

- Era a vida a se escoimar -

Eu, atenta, assistia:

Seu coração conjugava somente o verbo amar!

Um dia...

Foi, de repente...

“Armado até os dentes”, sem olhos de inocente,

o meu menino chegou!

Assustada, coagida, pela surpresa vencida!

 Meu coração condoeu-se.

 Minh’alma abateu-se.

 Vesti-me só de tortura.

Aquele menino doce que para o mundo eu trouxe...

Jurou tanta atrocidade!

Cheio de mágoa e de ira, o meu menino partira para crua realidade.

Se alguém vir o meu menino...

Entre fogos e canhões...

Entre corpos mutilados...

Diga que foi enganado!

Que entre angústias e anseios, 

(mesmo ignorando os meios)

- Fuja à sanha inimiga -

Volte pra minha barriga...

E descanse nos meus seios!

Zelia da Costa/RO/BR

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