quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

ACONCHEGO




          
             ACONCHEGO           
                  
 É a mesma nuvem, eu sei!
Vinda do mesmo lugar:
- Aquele cantinho a oeste... Ela usa pra se formar...
Alguns dizem que é ruim,“praga de coisa mal feita”
mas eu sei, Dona, que ela é bênção neste arraial
e  enquanto ela caminha, se espessa e escurece:
eu rezo a Deus uma prece;
recolho minhas galinhas;
tiro a roupa da cordinha estendida no varal...
Ela não é tal chuva fina, que chega zombeteira!
-Ela se mostra inteira: faz o dia virar noite!
Traz o vento de açoite!
Acende as luzes dos raios!
Estoura umas trovoadas...
Assusta a peãozada que é metida a valente!
Eu não! Eu sou caboclo da roça!
Ajoelho e imploro que ela venha, novamente...
-É aquela nuvem, Senhora!
Se tem medo?... Vai embora...
Se não tem...
-Café tá quente!
Zelia da Costa/RO

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