SOFISMA
Nem
toda chegada é bem aguardada
Nem
toda partida deve ser velada
Nem
toda alegria explode do peito
Nem
toda tristeza merece respeito
Nem
toda viagem exige passagem
Nem
toda luta exibe coragem
Nem
toda fraqueza é humilhante
Nem
toda certeza nos leva adiante
Nenhum
futuro nega o passado
Nem
o presente é um nó desatado
Nem
toda sangria se serve em taça
Nem
toda ironia disfarça a desgraça
Nem
todo inimigo cumpre sua sina
Nem
todo amigo evita a ruína
Nem
toda pobreza humilha e derrota
Nem
toda riqueza te abre as portas
Nem
toda maldade te torna impotente
Nem
toda bondade te faz melhor gente
Nem
toda saudade te torna tristonho
Nem
toda imagem retrata teu sonho
Nem
todas as luzes apagam o escuro
Nenhum
obstáculo inventa um muro
Nem
todo abismo é intransponível
Nenhum
segredo se torna invisível
Nem
todo mistério assusta e afronta
Nem
a curiosidade a verdade aponta
Nem
toda tragédia se torna castigo
Nem
todo sucesso te traz mais amigo
Nem
todos os sons podem ser audíveis
Nem
sempre há pegadas perceptíveis
Nem
todas as cores são harmoniosas
Nem
sempre iguarias são deliciosas
Nem
toda ideia explode em bolhas
Na
contradição se expõe as escolhas
Ninguém
é cativo de outro ser
Nem
é proibido se arrepender
Nem
toda solidão é inclemente
Nem
toda loucura define o doente
Nem
toda luz é farol que guia
Nenhuma
trilha pode ser vadia
Nenhum
perigo é maior que teu ser
Nenhuma
vitória tu deves temer
Nem
meus conceitos deves aceitar!
Creia
nos teus...
É
tua...
A
vez de errar!
Zelia
da Costa/RO/03/10/2010
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