domingo, 3 de janeiro de 2016

SOFISMA


               SOFISMA

Nem toda chegada é bem aguardada
Nem toda partida deve ser velada
Nem toda alegria explode do peito
Nem toda tristeza merece respeito
Nem toda viagem exige passagem
Nem toda luta exibe coragem
Nem toda fraqueza é humilhante
Nem toda certeza nos leva adiante
Nenhum futuro nega o passado
Nem o presente é um nó desatado
Nem toda sangria se serve em taça
Nem toda ironia disfarça a desgraça
Nem todo inimigo cumpre sua sina
Nem todo amigo evita a ruína
Nem toda pobreza humilha e derrota
Nem toda riqueza te abre as portas
Nem toda maldade te torna impotente
Nem toda bondade te faz melhor gente
Nem toda saudade te torna tristonho
Nem toda imagem retrata teu sonho
Nem todas as luzes apagam o escuro
Nenhum obstáculo inventa um muro
Nem todo abismo é intransponível
Nenhum segredo se torna invisível
Nem todo mistério assusta e afronta
Nem a curiosidade a verdade aponta
Nem toda tragédia se torna castigo
Nem todo sucesso te traz mais amigo
Nem todos os sons podem ser audíveis
Nem sempre há pegadas perceptíveis
Nem todas as cores são harmoniosas
Nem sempre iguarias são deliciosas
Nem toda ideia explode em bolhas
Na contradição se expõe as escolhas
Ninguém é cativo de outro ser
Nem é proibido se arrepender
Nem toda solidão é inclemente
Nem toda loucura define o doente
Nem toda luz é farol que guia
Nenhuma trilha pode ser vadia
Nenhum perigo é maior que teu ser
Nenhuma vitória tu deves temer
Nem meus conceitos deves aceitar!
Creia nos teus...
É tua...
A vez de errar!

Zelia da Costa/RO/03/10/2010

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