segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

FLORESTA DESENCANTADA OU OPERAÇÂO LAVA-JATO

        FLORESTA DESENCANTADA
                     Ou
         Operação Lava-Jato

Dizem que há um lugar
Onde uma fonte, súbito, jorra  segredos
E o murmúrio a sussurrar se expande
Numa região cheia de arvoredos

Cada sonora palavra como semente
Germina inclemente, quando o vento  ecoa
Desvendando fatos copiosos pelo farfalhar das folhas
Que repercutem nas almas...
Verdades que atordoam!

No início, todos se divertiam ...
Ouviam insaciáveis, notícias escandalosas
Pecados inomináveis, frases escabrosas.
Contaminavam-se os tolos, numa orgia sórdida
Mergulhando inconsequentes na existência mórbida.

Depois de um tempo, a razão se foi perdendo...
E  olhares de azedume retratavam agora
  sentimentos menores
A crueza da realidade os envolveu
O perdão perdeu o sentido, pois, todos estavam feridos
Pelos fatos , consumidos
As revelações contribuíram para vergonha
 De que até hoje padecem.

Obstruir os ouvidos foi, então, a solução engendrada.
Já que a fonte sonora e indestrutível não se calava
E aqueles, cujos segredos não mereceram
 a mágoa do repúdio...
Partiram!
Deixando pra sempre, lá longe...
Uma população de surdos!
Zelia da Costa





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