FLORESTA DESENCANTADA
Ou
Operação Lava-Jato
Dizem que
há um lugar
Onde uma
fonte, súbito, jorra segredos
E o
murmúrio a sussurrar se expande
Numa
região cheia de arvoredos
Cada
sonora palavra como semente
Germina inclemente,
quando o vento ecoa
Desvendando
fatos copiosos pelo farfalhar das folhas
Que repercutem
nas almas...
Verdades
que atordoam!
No início,
todos se divertiam ...
Ouviam
insaciáveis, notícias escandalosas
Pecados
inomináveis, frases escabrosas.
Contaminavam-se
os tolos, numa orgia sórdida
Mergulhando
inconsequentes na existência mórbida.
Depois de
um tempo, a razão se foi perdendo...
E olhares de azedume retratavam agora
sentimentos menores
A crueza
da realidade os envolveu
O perdão
perdeu o sentido, pois, todos estavam feridos
Pelos
fatos , consumidos
As
revelações contribuíram para vergonha
De que até hoje padecem.
Obstruir
os ouvidos foi, então, a solução engendrada.
Já que a
fonte sonora e indestrutível não se calava
E aqueles,
cujos segredos não mereceram
a mágoa do repúdio...
Partiram!
Deixando
pra sempre, lá longe...
Uma
população de surdos!
Zelia da Costa
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