terça-feira, 23 de junho de 2015

ETERNAMENTE



       ETERNAMENTE

Quisera que o tempo voltasse
ao tempo que tu me amaste,
ao tempo que em tudo, eu cria.

Quisera estar a te esperar:
coração batendo forte
pela surpresa que trarias!

Certeza de que chegavas
num tempo acostumado
a ver erguer-me bem alto
 e  girar-me qual pião...
e eu tonta a espalhar sorrisos,
pernas bambas,
passos  imprecisos,
amparada entre tuas mãos.

Quisera olhar as estrelas
 para escolher qual a minha
e reclamar porque sempre
a minha”,tu a querias!

Quisera seguir curiosa
o caminho das formigas.
Apertar junto ao peito,
antigas árvores amigas
e empinar contigo a pipa
para o susto das meninas.

Quisera meus tomateiros
erguidos pelas hastes
que afinavas,sereno,
com carinho e com arte.

Quisera poder te mostrar
 meus deveres da escola.

Quisera poder cuidarmos
de outro gato na sacola.

Ver-te de novo sorrir
por imitar meu porquinho.
..
E jogarmos bolas de gude
coletadas num saquinho...

Quisera sempre te ouvir
cantar as tuas canções!
Memória...
Tanta história que do meu peito não sai...
Gravadas para sempre na saudade de meu pai.


             Zelia da Costa/RO
zeliadacostamt@gmail.com

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