sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A ALMA DA PONTE


                                                                 
                     A  ALMA  DA  PONTE

 A ponte sofrida e corroída ainda liga as duas cidades!
Guarda a nobreza de um tempo distante...
Quando as carroças e as carruagens roçavam leve seu solo novinho,
tornando útil o recém caminho:
“grande avanço da modernidade” 

A ponte agora, carcomida e velha, 
lembra das dores e atrocidades
 dos que sofreram em tempos de guerra,
a se arrastar pelo seu chão clemente
e dos canhões que, impiedosamente, rasgavam sulcos no seu chão doente
A pobre ponte, alquebrada e triste, pena e chora toda esburacada!

Nem gratidão o povo admite!
A velha ponte está condenada!
Enche-lhe o corpo, só a dinamite...
E o povo aguarda a explosão marcada:
ouve - se o estrondo, em meio à fumaça,
e a poeira sobe em desgraça...
(Sob aplausos de um povo sem calma)

Mas, para o espanto do jovem engenheiro,
a nobre ponte fica por inteiro!
Tão forte assim... só tendo alma!
                                    
                               Zelia da Costa/RO

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