Há muito descobri o
quanto os cursos dedicados à formação do magistério estão distantes das
dimensões do Futuro e da Realidade da população infantil e adolescente. Não fiz nenhuma pesquisa. Não consultei
nenhum órgão especializado em estudos específicos para registro estatístico que
forneça dados “medidos e pesados” a “especialistas,”
dedicados à reformulação do putrefato “sistema de educação brasileiro” ou
sirvam a espúrios interesses políticos.
Não precisa ser gênio.
O produto, os professores, são a resultante do pensamento absurdo de profissionais que há anos se sucedem,
com “pompas e circunstâncias”, numa verborragia funérea, a discorrer sobre um
trabalho do qual eles, os doutores em
Educação, distam anos-luz. Não me
refiro aos velhos sábios. Refiro-me aos sábios “velhos” de hoje.
A cada intervenção no
processo ensino/aprendizagem fica patente a inexperiência e o vácuo de quem
pouco ou nunca trabalhou com alunos na sala de aula. É como se diz – a Teoria
na Prática é outra.
Não estou aqui fazendo
apologia ao despreparo, à abstinência intelectual. Ao contrário, defendo que o
conteúdo de formação do Magistério seja coerente, não só com o momento atual,
mas com as incríveis perspectivas.
O fato de os Professores
sofrerem baixos salários é uma agravante, mas não é causa principal do fracasso
no ensino público. Nem vou aqui enumerar o rosário de impossibilidades físicas:
prédios, material didático, etc.
Quero, em verdade,
saber onde esse projeto falido de educação pretende desaguar?
Somos campeões em
promover ações na contramão da História. Diluímos nosso futuro por absoluta
incapacidade de administrar projetos de grandeza.
Somos os tolos metidos
a sabidos.
A lei que proíbe a
matrícula de crianças, na faixa etária de seis anos, na primeira série, ignora
“as diferenças individuais”. É mortal!
É um crime!
Os doutos senhores já ouviram falar em ritmo?
Cada indivíduo tem um
ritmo próprio, sabiam?
Houve um tempo em que
S.Paulo instituiu o fatídico “Ciclo Básico” que obrigava as crianças a permanecerem
dois anos estacionadas. Depois deste período, supostamente “alfabetizadas,”
elas seguiam todas para a primeira série.
Havia crianças que, em dias,
estavam prontas e outras, que precisariam de mais de dois anos para obter um
resultado satisfatório. O modelo fracassou.
Hoje, ouvi um desses “especialistas” defendendo a “lei”:
- Criança de seis anos
não tem que “aprender”. Tem que brincar...jogar...
Em que
universo se perdeu essa criatura?
Para começar é preciso
ver o mundo com os “olhos das crianças”!
Elas estão chegando. Tudo é novidade.
Aprender e apreender e experimentar são ações naturais, espontâneas. A
curiosidade comanda a motivação, portanto, nada mais inteligente do que criar
situações de aprendizagem explorando a dinâmica do interesse com humor, movimento,
sons e cores. De forma lúdica e divertida.
O
que isto significa? Significa que aprender não é chato, nem cansativo. Certamente, este Senhor é oriundo de um
sistema torturante de ensino/aprendizagem que ainda é muito utilizado hoje por
aqueles profissionais a que já me referi. Entretanto, existem Professores que
tornam este período animado, produtivo.
Seu trabalho exitoso encurta naturalmente o tempo e promove crianças à
série subsequente, num processo indolor.
Depois, há
um detalhe sutil – ignorar que as crianças são hoje muito mais inteligentes que
outrora - é estar vedado. Os estímulos que as atinge não são os mesmos de pouco
tempo atrás. Elas anteciparam o desenvolvimento de certas capacidades.
Acionaram dispositivos da inteligência até de análise e dedução. Este grupo bem
dotado cresce e precisa de estímulo para que se mantenha “alimentado”. Para que
não perca o interesse.
Embora não
me surpreenda o obscurantismo dos “doutores”
não me permito calar diante do mais grave –
considerar o processo de aprendizagem torturante
– quando são eles, com sua visão
esquálida e mofada, autores e defensores do sistema, os verdadeiros carrascos.
A quem interessa manter o “status quo”?
Respeitem as diferenças
individuais!
Negar às crianças - a matrícula... é o mesmo que obrigar a todas calçarem
o mesmo número de sapatos.
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