quarta-feira, 24 de julho de 2013

PROCURA-SE



    
                PROCURA-SE  
  
Quem teve a ousadia de vestir minha fantasia?
De cobrir-se com seu manto?
A quem foi dada a licença 
de viver minha alegria?
De interpretar o meu canto?
Quem viveu a minha espera?
Quem me entrou no bicho-fera?
Quem reinventou o meu pranto?
Quem ardeu minha ferida?
Quem despediu a partida 
que dispensou a chegada?
Quem criou minha encruzilhada?
Quem navegou nas marés 
que meus olhos lacrimavam?
Quem subjugou a fé 
nos deuses que atormentavam?
Quem se adornou com a vaidade 
das minhas verdades?
Quem usufruiu das minhas felicidades?
Quem se ocultou no meu etéreo?
Quem sofreu meu luto funéreo?
(Bandido ou santo) 
- Procuro: vivo ou morto -
Quem resistiu a tanto!
         Zelia da Costa/Rondônia/2005.

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