segunda-feira, 7 de setembro de 2015

ECOS

                   ECOS

Ainda bem que não era um vulto,
mas valeu o susto que irrompeu do medo!
Aquela sombra atrás das cortinas
que sugeria formas de bizarras linhas
trouxe da infância aflições antigas,
temores distantes, mas sempre latentes:
- olhos sangrentos que me espiavam -
- afiados dentes, babas espumantes -
- peles escamosas que me enojavam -
-  nodosos dedos, patas deformadas -
 - passos enormes e titubeantes...

Não foram ninfas frágeis, delicadas
que se esconderam atrás das cortinas!

Nenhum príncipe, cheio de mesuras
 sobre o corcel alado enveredara
 entre o franzido tecido fino, 
a sua nobre e gentil figura!

Na verdade, o que se revelara
é que a memória trouxe, novamente,
a inútil esperança infantil que alimentara
de substituir por medos antigos,
a pavorosa violência do presente!
        Zelia da Costa/RO/2006
           zeliadacostamt@gmail.com
                        

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