sábado, 4 de julho de 2015

FALSA MODÉSTIA

      FALSA MODÉSTIA
        
Não quero a Lua toda, quero um pedaço de luar

Deste imenso mar, quero uma concha para escutar

Do turbilhão de sons, quero um trecho da canção

Da dança quero dois passos e um rodopio no espaço

De todos os aromas, quero o cheiro do mato

Do que houver de mais belo, quero apenas o tato

Das cores que embriagam, quero do rosa, o matiz

Não quero ser o doutor, quero ser o aprendiz

Não quero do sábio, o olhar, quero olhar da criança

Não quero tudo obter, quero ter a esperança

De todos os segredos, quero apenas o por quê

Do rio, de suas águas, quero o turbilhonar

Da floresta poderosa, das  sementes, o germinar

Do Sol que tudo ilumina, quero de um raio, o fascínio

Da chuva que rompe a rotina, quero o  surpreendente

Se o dom da humildade morasse em meu coração

Eu queria a vaidade de saber pedir perdão.


                   Zelia da Costa/RO/ 2006.
zeliadacostamt@gmail.com

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