Lavra a Dor
Herdou a terra e pôs um punhado dela na boca
Sentiu o sabor dos vermes e não cuspiu
Afinal, em sua goela escorria o gosto da guerra
que lhe deu a terra e a sede por sangue!
Agora sim, faria germinar tudo que o ódio sabia
plantar!
Lavrador estéril secou a semente dadivosa
e da gleba generosa colheu - a fome!
A violência não é só do potentado!
O miserável, o coitado também lhe dá guarida
Ávido por alimentá-la
Em pouco tempo é tornado...
Mais um adubo à vida!
Zelia da Costa/RO/2006
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