sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

LAVRA A DOR









                        

                  Lavra a Dor

Herdou a terra e pôs um punhado dela na boca

Sentiu o sabor dos vermes e não cuspiu

Afinal, em sua goela escorria o gosto da guerra

que lhe deu a terra e a sede por sangue!

Agora sim, faria germinar tudo que o ódio sabia plantar!

Lavrador estéril secou a semente dadivosa

e da gleba generosa colheu - a fome!

A violência não é só do potentado!

O miserável, o coitado também lhe dá guarida

Ávido por alimentá-la

Em pouco tempo é tornado...

Mais um adubo à vida!

              Zelia da Costa/RO/2006

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