sábado, 13 de abril de 2013

INSISTIRÃO DE NOVO?



                          
                                 INSISTIRÄO DE NOVO?

Que momento insólito!
Afinal, a que me refiro?
Ao imenso Palco Dramático. Um Teatro onde se exibem no mesmo espaço, astros e plateia - a “pequena Veneza”.
Primeiro Ato
No primeiro ato, o personagem principal se faz herói carismático. Além de exibir arroubos de uma coragem palrada em discursos flamejantes e agressivos atinge ascensão pessoal, militar, social e política – que o elevou ao comando do país.
Aos poucos, fica fácil perceber que a trama se desenvolve para torná-lo mais que um herói de caserna. Na busca de um sentido que concretize sua liderança e ambições, ele exuma o cadáver do herói maior da história de seu país, morto no ano de 1830 - Bolívar. A ideia é boa. Baseado nela, ele tenta exacerbar o espírito nacionalista da população para fortalecer sua imagem à semelhança, como se fora um Bolívar redivivo. Personagem principal, ele cativa e surpreende. Inteligente, ele se desloca pelo palco com desenvoltura, dominando a plateia, exibindo segurança e invejável audácia, desafiando a todos que possam vir impedir o alcance de seu objetivo de poder, fascinando atores secundários que atrelados à ideia e comungando a mesma ambição, não rejeitam a dubiedade do caráter, evidenciado no contexto deste primeiro ato. Uma dinâmica convulsiva.
Segundo Ato
Como um bom jogador ele é maniqueísta. Sabe mexer as peças e as move com rara habilidade dominando seus parceiros e desintegrando a oposição. Há no segundo ato, o momento maior de interesse: é a conquista da liderança de uma grande região. Cortinas afastadas. O palco está aberto. Pronto. Ele domina o tempo, o discurso e os coadjuvantes. Assim como se impôs e comprometeu os parceiros próximos, agora ele quer estender o domínio de suas ideias e seus tentáculos de liderança a novos espaços territoriais e para tanto urge atravessar fronteiras e angariar confiança, oferecendo recursos financeiros a políticos de caráter execrável que disputam eleições em outros países vizinhos, apoios esses, em troca das promessas de fidelidade a seus desígnios. Também, investe nos líderes nacionais estrangeiros, aliando  ao engodo, propostas e vantagens, quem sabe pecuniárias, a se concretizarem  num incógnito futuro o que lhe garante um comprometido  silêncio e submissão.  Com o caráter político dúbio, de quem ama o poder, faz o jogo que atrai a ambição de outros governantes incautos, cujas vaidades exacerbadas impedem crer no tamanho da trapaça. Sua moeda – o Petróleo. Fecha contratos sinuosos, trama inverossímeis esquemas de construções nababescas e nebulosas. Compromissos depois, malandramente, ignorados. Este ato é longo. Dura quatorze anos e propõe exaustiva reflexão. O texto dramático conduz nossa percepção à visão mais criteriosa e profunda a respeito da conduta do ator principal. É quase uma incógnita. Embora ele brade imprecações e ironize em seus discursos e depoimentos contra os poderosos inimigos estrangeiros que “ameaçam” seu povo e seu poder é com eles que mantém a vitalidade de seu comércio internacional. Este fato, ele jamais alardeia em nenhuma linha de seu texto.     
            O Segundo Ato é mesmo especial.
            A propaganda massiva se incumbe de endeusar o herói que arroga para si a já desgastada, mas ainda eficiente ideia de protetor dos menos favorecidos, o jargão “Pai do Povo”, de forma subliminar, porém incisiva.  Há que se verificar o aliciamento do congresso e a subserviência da justiça. (Letras minúsculas, mesmo). É também neste ato que se inaugura o cerceamento da liberdade de Imprensa. Fechando a cena, o povo recebe o impacto da notícia:
- O líder tem Câncer!
Assim, termina o Segundo Ato.
Até aí, é fascinante assistir com que mobilidade viscosa o ator principal transita entre o que diz, o que pensa e o que faz. Visto de forma analítica tem atuação de mestre. Agressivo, quando lhe convém, conduz expressivamente o fio da narrativa dramática com ritmo raro e brilho, atordoando personagens que iludidos pelo seu jaez acreditam na fidelidade de sua interpretação. Ainda, movido pela esperança, usa a própria tragédia na comoção de uma população seduzida que se entrega a mais esta dor.
Fecham-se as cortinas.
Terceiro Ato
No terceiro ato o Supremo Autor mostra a força do seu Poder de Criação.
MORRE AQUELE QUE SE JULGAVA ETERNO - Chaves!
06/03/2013/17h00min

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