terça-feira, 5 de agosto de 2014

TESOURO





                 TESOURO

Não quero temer a crença, maleita da fé,
doença que depaupera o ser
Não quero este medo que se alcança
quando a idade avança, enclausurando o viver
Não quero o deus bajulado dos que vivem apavorados
implorando seu perdão
  Não quero o deus dos aflitos, nem o deus dos inocentes:
- Não quero deuses doentes!
Meu Deus é divertido!
Rola de rir comigo, brinca de se esconder...
Faz caretas pras devotas...
Dá cambalhotas, se entorta...
Gargalha a mais não poder!
Não me deixa de joelhos, estica meu corpo inteiro,
chama à luz minha nobreza!
Dança em plena igreja, canta em qualquer altar...
Sopra a careca do padre... e espirra, 
quando o incenso se torna denso
Na procissão se arrisca, passa no meio do povo...
Só as crianças O veem e correm pra Ele de novo!
É um Deus Supremo, Artista, Trapalhão, Moleque!
Agita a minha vida, confeita minhas feridas:
  - Pede perdão pelas dores!...
Este Deus que me acompanha, 
que vive em minhas entranhas,
       que lê os meus pensamentos...
      Confiou-me a Sua vida, pois, em mim Ele acredita
      e eu guardei em segredo Sua Natureza Humana:
      - Sua verdadeira Chama!
      (Que é mais um de Seus brinquedos!)

                  Zelia da Costa/Rondônia

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