quinta-feira, 21 de agosto de 2014

PERDULÁRIA DO AMOR



            PERDULÁRIA DO AMOR

  Perdulária Concebida passou por esta vida
   os sentimentos gastando...
  Mesmo usufruindo pouco, distribuía o que tinha
   neste seu destino louco
  Ignorava avisos, conselhos,  previsões...
   A todos respondia com profunda ironia e imprecações
   Distribuía alegria, como se ela nunca fosse faltar um dia!
   E, apenas um sorriso, muitas vezes indeciso,
   trocava por tanto afago, tantos beijos...
   Que não raro assustava, constrangia e sufocava...
   Havia quem sentisse medo!
   Se isto a incomodava?
    Não!!!
    Acho até que gostava de causar tanta estranheza...
    Quando abraçava,..
    Abraçava do seu jeito:
    "Seu coração despregava" e batia preso ao alheio peito!
    Mas, eis que o dia pelo qual o povo torcia, chegou:
    Olhos embaçados, braços dependurados, corpo alquebrado...
     Pouco lhe restou!
     Logo, cortejo imenso para ver de perto o evento, se inventou
     Agora, pasmem senhores, com o que vou lhes contar!
     Porque eu vi com meus olhos, posso lhes jurar:
     - O padre rezou a missa, encomendou a alma na Igreja de    Sant’Ana....
     E na hora do caixão fechar... 
     Sentou-se a Perdulária (do Amor)!
     Olhou pro Nosso Senhor, como quem pede perdão...
     Encarou o povo com um olhar novo (que ninguém esqueceu)!
     Depois, deu uma piscada, uma boa gargalhada...
     “Uma vibrante banana”...
                   E aí, sim:
                   - Morreu!  
                                                     Zelia da Costa/Rondônia

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