domingo, 4 de outubro de 2015

VAMOS AO TEATRO? EU CONVIDO!

               
             VAMOS AO TEATRO? EU CONVIDO!

Nada como o Teatro!
O palco ali, diante de nós. Sente-se, por favor. Eu prefiro me acomodar um pouco distante porque me permite visão ampla da cena.
Toda vez que percebo a promiscuidade das ações, venho para cá.
Não abro logo as cortinas, não. Respiro fundo em busca da serenidade, pois, sei da concentração que será exigida para avaliar ações, gestos, movimentos, textos, intenções, cenários, figurinos, interpretações, etc., etc., etc.
E ainda a marcante impostação das vozes ora agressivas, ora sinuosas, sibilantes como o caráter de certas personagens.
Embora a expressão corporal traduza muito do inconsciente de cada ator, sempre o texto guarda interrogações contidas nas reticências. Ah! As reticências! Não há nada mais traiçoeiro que as reticências. Elas não se definem no tempo e não esclarecem.  No que está para acontecer, as reticências vão do crime ao castigo.
       Quero convidar você para este espetáculo. Há um grande número de atores. A maioria para servir de “escadas”, galgadas cruelmente, pelos arrogantes intérpretes principais. ("Escadas" linguagem usada como referência pejorativa aos atores coadjuvantes que emprestam seus talentos para o brilho dos atores nos papéis principais}. Neste teatro, de promíscuo  ambiente eles fazem parte de alguns atos densos. Os infelizes se iludem crendo merecer importância, mas não. A subserviência, o despreparo e a falta evidenciada de talento esclarecido e o conluio não permitirão que alcem voos singulares.
         Bem. Vamos ao que nos interessa. Eu disse “nos interessa”. Espero que a curiosidade mantenha você aqui. Venha. Sente-se ao meu lado. Somos só nós, nesta imensa plateia.
         Vai começar!
         Psiu! Silêncio! 
         Não aplauda! Você ainda não sabe o que o elenco merece!
         Olha!Palco aberto!
         Está reconhecendo? 
         É Brasília!!!!
                   (continua)

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