FENÔMENO
Este
formidável útero inverteu a ordem!
Tragou na
desordem o prazer e o medo
de quem nos
primórdios abandonou seu ventre
e respirou
do ar, o seco oxigênio
A quem
pertence a fome insaciável
cuja fúria
assusta e alucina,
se até o horror
treme entre as ramagens?
Onde
encontrar o materno amor, na procela que arruína?
Que mãe
amaldiçoa a sua prole, flagela e castiga a todos, cruamente, ceifando-lhes a
existência abençoada,
envolvendo-os
num pesado manto d’água?
Que mãe
assiste o naufragar de sonhos, alegrias e brinquedos?
Que mãe
afoga o dia-a-dia de quem apenas o belo consumia?
É aquela que
prevê o futuro e sabe que ele amargará!
Levou os
filhos mais doces, mais puros...
Deixou
aqueles por quem ora,
Aos quais Ela,
a Mãe Natureza implora o preservar
E quem
restou neste projeto incerto,
se não
chorou...
Ainda vai
chorar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário