ACONCHEGO
É a mesma nuvem, eu sei!
Vinda
do mesmo lugar:
-
Aquele cantinho a oeste... Ela usa pra se formar...
Alguns
dizem que é ruim,“praga de coisa mal feita”
mas
eu sei, Dona, que ela é bênção neste arraial
e
enquanto ela caminha, se espessa e
escurece:
eu
rezo a Deus uma prece;
recolho
minhas galinhas;
tiro
a roupa da cordinha estendida no varal...
Ela
não é tal chuva fina, que chega zombeteira!
-Ela
se mostra inteira: faz o dia virar noite!
Traz
o vento de açoite!
Acende
as luzes dos raios!
Estoura
umas trovoadas...
Assusta
a peãozada que é metida a valente!
Eu
não! Eu sou caboclo da roça!
Ajoelho
e imploro que ela venha, novamente...
-É
aquela nuvem, Senhora!
Se
tem medo?... Vai embora...
Se
não tem...
-Café
tá quente!
Zelia da Costa/RO
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