ECOS
Ainda
bem que não era um vulto,
mas
valeu o susto que irrompeu do medo!
Aquela
sombra atrás das cortinas
que
sugeria formas de bizarras linhas
trouxe
da infância aflições antigas,
temores
distantes, mas sempre latentes:
-
olhos sangrentos que me espiavam -
-
afiados dentes, babas espumantes -
-
peles escamosas que me enojavam -
-
nodosos dedos, patas deformadas -
- passos enormes e titubeantes...
Não
foram ninfas frágeis, delicadas
que
se esconderam atrás das cortinas!
Nenhum
príncipe, cheio de mesuras
sobre o corcel alado enveredara
entre o franzido tecido fino,
a
sua nobre e gentil figura!
Na
verdade, o que se revelara
é
que a memória trouxe, novamente,
a
inútil esperança infantil que alimentara
de
substituir por medos antigos,
a
pavorosa violência do presente!
Zelia da Costa/RO/2006
zeliadacostamt@gmail.com
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