DAGUERREÓTIPO
Quando fotografaste as quatro pessoas...
Não
viste na imagem instantânea,
nas caras sucedâneas,
um
certo rito de coragem expresso
e
circunscrito no sorriso aberto, de uma delas.
Não
deste conta do olhar que afronta
daquela que era a mais bela!
Nem
percebeste o franzir do cenho
que
desnudaste num semblante arguto
e
registrado naquele minuto.
Mas te preocupaste com os cabelos em
desalinho,
com
a blusa descomposta...
com o torvelinho que deixava a perna à
mostra,
com
a sombra...
que escondia as mãos singelas!
E não viste o crispar daquelas...
Que só temiam:
O
que a foto não escondia...
E agora, tu revelas!
Zelia/Rondônia/2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário