FALSA MODÉSTIA
Não quero a
Lua toda, quero um pedaço de luar
Deste imenso
mar, quero uma concha para escutar
Do turbilhão
de sons, quero um trecho da canção
Da dança
quero dois passos e um rodopio no espaço
De todos os aromas, quero o cheiro do mato
Do que
houver de mais belo, quero apenas o tato
Das cores
que embriagam, quero do rosa, o matiz
Não quero
ser o doutor, quero ser o aprendiz
Não quero do
sábio, o olhar, quero olhar da criança
Não quero
tudo obter, quero ter a esperança
De todos os segredos, quero apenas o por quê
Do rio, de
suas águas, quero o turbilhonar
Da floresta
poderosa, das sementes, o germinar
Do Sol que
tudo ilumina, quero de um raio, o fascínio
Da chuva que
rompe a rotina, quero o surpreendente
Se o dom da
humildade morasse em meu coração
Eu queria a
vaidade de saber pedir perdão.
Zelia da Costa/RO/ 2006.
zeliadacostamt@gmail.com
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