PALMARES
Eu tenho uma
estrada que me acompanha
Que, às vezes, segue na frente...
Às vezes, estranhamente,
atravessa minhas entranhas
É longa...
É sinuosa
Anda pelos meus caminhos
Quando estou chorosa, murmura
canto de pássaros
E, se estou silente, contorna-me,
docemente, com seus abraços
É uma estrada viva, altiva e
vaidosa
Em cada cantinho seu, há uma cor,
um perfume, uma flor dengosa;
Porque eu muito pisei neste chão
que encontrei na solidão da vida,
ela se instalou, com a intimidade
de quem se credita amiga
Confidências trocamos, imagens
lembramos de tempos idos
e minha estrada contente, chove
comoventes lágrimas antigas
Assim, combinamos, se o cansaço
vier durante a caminhada...
Eu a tomo no colo ou ela me
carrega, até o fim da jornada!
Zelia
da Costa/Rondônia/2004
z zeliadacostamt@gmailcom
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